Mês: outubro 2016

11/10/2016 imprensa Comentários desativados em “A PEC 241 não é contra banco, não é contra empreiteira; a PEC 241 é só em relação ao servidor público”

“A PEC 241 não é contra banco, não é contra empreiteira; a PEC 241 é só em relação ao servidor público”

DEPUTADO LUIZ CLAUDIO ROMANELLI (PSB): Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, creio que terei que fazer aqui, hoje, na tribuna, como Jack, o estripador. Vamos por partes, não é? Considerando as falas que foram feitas, de variados temas, não posso deixar de abordar alguns temas aqui, porque sei da seriedade dos oradores.

Vou começar pelo último orador, Deputado Maurício Requião. Deputado Maurício, esse apelo V.Ex.a poderia ter feito para os quatro Deputados Federais do PMDB do Paraná. Os quatro votaram na PEC do arrocho contra o serviço público no Brasil, PEC 241, no tratoraço. Tratoraço.

O Temer deu um banquete no domingo, dizem que custou R$ 400 cada refeição daquelas, R$ 400 cada refeição, e os Deputados foram em marcha, todos, ontem, votar para poder, durante 20 anos, congelar investimentos do ponto de vista do serviço público no País. Foi isso que foi votado, para pagar juros para os bancos, mais juros ainda, para ter dinheiro para dar para PPPs e outras coisas mais.

Não é o povo que vai ganhar com isso. Eu vi um estudo do Ipea, só na área da saúde calcula-se que serão R$ 723 bilhões a menos de investimento só nos próximos 10 anos. O problema é gravíssimo. Gravíssimo.

Então, quero dizer que os quatro Deputados Federais do PMDB do Paraná votaram “sim”, com exceção dos Deputados Aliel, Ênio Verri, Marcelo Belinati e Assis do Couto, todos os outros votaram a favor, mas alguns se ausentaram também, não sei agora o nome de todos aqui. Mas estou dizendo isso porque reconheço: o PMDB tratorou, ontem, o serviço público a favor dos rentistas, dos banqueiros, e o País vai passar, podem ter certeza, por uma grave crise. Felizmente, daqui a dois anos vai ter eleição.

Assume um novo Presidente da República, reúne esses mesmos comensais, faz-se um novo jantar e desfaz-se a bobagem que foi feita e está sendo feita no Congresso Nacional. Até porque uma coisa é verdadeira: se cada um de nós aqui, ao invés de ir à tribuna e fazer discurso demagógico para tirar dinheiro ou o coelho da cartola, ou sabe de onde for, não precisa ter PEC de teto, não precisa ter absolutamente nada; só precisa ter, o Parlamentar, responsabilidade fiscal, é só saber que na tribuna não é para chegar aqui e dizer: “- Olha, minha gente, vou dar 200% de reajuste.Vou pagar não sei o quê”, ou seja, não dá para ficar jogando para a plateia o tempo todo. Essa PEC do teto dos gastos públicos contra quem é?

Contra os servidores públicos. Por quê? Porque houve um grande incremento, nos últimos 13 anos, no salário dos servidores públicos no Brasil inteiro. É contra o servidor público. Ou alguém ainda não percebeu contra quem é a PEC?

Deputado Stephanes Junior (PSB): Concede-me um aparte, Deputado?

DEPUTADO LUIZ CLAUDIO ROMANELLI (PSB): Contra quem é a PEC 241? A PEC 241 não é contra banco, não é contra empreiteira; a PEC 241 é só em relação ao servidor público, só ele, mais ninguém. É o destinatário dessa norma.

Deputado Stephanes Junior (PSB): Deputado Romanelli.

Deputado Guto Silva (PSD): Um aparte, Deputado?

DEPUTADO LUIZ CLAUDIO ROMANELLI (PSB): Aliás, tem que se reconhecer também, as famílias que recebem os programas de transferência de renda, especialmente o Bolsa Família, também é contra os que recebem os investimentos nessa área.

Deputado Stephanes Junior (PSB): Para complementar a sua fala. Veja, os Deputados do Paraná, em sua maioria do PMDB, o Frangão, o João Arruda, o Sérgio Souza, o Serraglio, votaram a favor da PEC, é porque o PT acabou com as nossas economias.

Só na Petrobras a ação é de um trilhão e meio, que provavelmente o Brasil vai ter que pagar à Petrobras, para os Estados Unidos, para os investidores americanos. Provavelmente ele vai ser condenado na Justiça.

O rombo é gigante em todas as áreas. No momento, infelizmente, tem que tomar um remédio amargo para arrumar a bagunça que o PT fez. É uma questão de sobrevivência. Não haverá recursos, daqui a pouco, para pagar salários, para fazer investimentos, se não começarmos a arrumar a casa. Então, isso é uma coisa momentânea, mas o pessoal do PMDB do Paraná é a favor. Muito obrigado.

DEPUTADO LUIZ CLAUDIO ROMANELLI (PSB): Bem, eu quero só… Deputado Guto, rapidamente lhe concedo, porque preciso falar dois temas ainda aqui. Embora, Presidente, queria que V.Ex.a pegasse o horário do PSB à minha fala.

Deputado Guto Silva (PSD): Deputado Romanelli, parafraseando V. Ex.a, vou por partes. A primeira tese eu concordo, que é a tese que é apenas um sinal, porque se o Governo Federal quisesse, de fato, por vias orçamentárias, poderia controlar os gastos.

Mas a segunda tese, a tese dos banqueiros, eu discordo, apesar de ter consistência a sua tese, pelo seguinte motivo: faço um paralelo do Brasil com a classe média brasileira, que está endividada como o nosso País.

Está endividada, pagando juros nos Bancos, no cartão de crédito; o custo subiu, a inflação aumentou o gasto com o supermercado, a energia aumentou. Se fizermos um paralelo, em dez anos vamos perceber que essa classe média está endividada, assim como o nosso País. Cortar na carne, cortar gastos significa que vai poder enxugar essa despesa e poder pagar dívida.

Vai reduzir, a médio e longo prazo, a dívida com os Bancos. Nesse sentido acho, sim, que temos que ter agora, neste momento, muita frieza e um combate enérgico com a questão fiscal. Neste sentido aplaudo a medida, porque acho que o objetivo dela é esse.

Agora, os meios, concordo com V.Ex.a, poderia ser feito isso com o debate orçamentário e não como foi realizado, a toque de caixa na PEC. Mas, no meu entendimento, o País não suporta mais essa hipocrisia fiscal. Estamos quebrados e estamos vivendo com banquete, com a mesa cheia.

Esse, acho que é o paralelo do Brasil com a sociedade brasileira. Temos que enxugar na carne para que o País não padeça. Parabéns pelo discurso.

DEPUTADO LUIZ CLAUDIO ROMANELLI (PSB): Obrigado. Deputado Guto, este debate temos que aprofundá-lo sobre o juro brasileiro, a taxa de juros do País; é isso que está matando a classe média. O Deputado Marcio Pauliki tem uma rede de lojas que vende produtos com preço bom e tem taxas de juros. A gente chega lá, uma geladeira que ele está vendendo custa R$ 2 mil para pagar a vista, e para pagar em 24 vezes custa R$ 4 mil.

Deputado Marcio Pauliki (PDT): Gostaria de fazer um comentário.

DEPUTADO LUIZ CLAUDIO ROMANELLI (PSB): Porque para captar dinheiro no mercado com o Governo Federal bancando, como se fosse um agiota, a taxa de juros para os banqueiros na ponta, para o consumidor, está matando o consumidor. Como é que a economia vai desenvolver se você paga o dobro em uma geladeira pela taxa de juros? Desculpe citar.

Deputado Marcio Pauliki (PDT): O dia que os Governos respeitarem os empresários, com certeza o Brasil vai crescer muito mais. Agora, é importante, concordo com o Deputado Guto Silva, talvez a discussão tenha que ser muito maior do que a toque de caixa.

Mas é importante, é imprescindível que haja esse congelamento inicial, apesar de que na saúde é uma preocupação muito grande, porque em 20 anos o brasileiro vai envelhecer e os valores de saúde vão ter que ser incrementados em percentual. Mas o Governo, se fosse corajoso, deveria, sim, limitar a taxa de juros do País.

Ontem comentei, cheque especial, se você deixar R$ 1.500 na conta em seu limite e esquecer, em quatro anos você vai estar devendo para os banqueiros R$ 721 mil. Essa é a reação que os empresários têm que ter, de poder fazer a economia girar pagando esses juros exorbitantes. É apenas um comentário.

É importante que os empresários, pequenos, médios e grandes, não sejam tachados pelo Governo como pessoas más à comunidade; somos nós que ainda estamos mantendo os empregos aqui no País.

DEPUTADO LUIZ CLAUDIO ROMANELLI (PSB): Muito bem. Acho que, Deputado Pauliki, V.Ex.a contribui, como o Deputado Guto, com este debate. Mas queria, Sr. Presidente, utilizando também o horário do PSB, que combinei com V.Ex.a antes, de falar também sobre outros dois temas aqui.

PRESIDENTE (Deputado Ademar Traiano – PSDB): Deputado Romanelli, tenho que ser enérgico aqui. Lamento, V.Ex.a gastou todo seu tempo dando apartes. Não posso retroagir, senão vou ter que abrir espaço para que o PMDB possa também falar.

DEPUTADO LUIZ CLAUDIO ROMANELLI (PSB): Com o maior prazer! Da minha parte pode abrir.

PRESIDENTE (Deputado Ademar Traiano – PSDB): V.Ex.a tem um minuto e meio para concluir, porque usei meio minuto.

DEPUTADO LUIZ CLAUDIO ROMANELLI (PSB): Não consigo concluir em um minuto e meio, Ex.a. Quero dizer o seguinte: em relação às falas que ouvi, do Deputado Tercílio Turini, do Deputado Tadeu, do Deputado Márcio Pacheco, respeito os posicionamentos, mas quero dizer que em relação a… (É retirado o som.)

PRESIDENTE (Deputado Ademar Traiano – PSDB): O senhor já gastou o seu tempo.

DEPUTADO LUIZ CLAUDIO ROMANELLI (PSB): Não posso ter gasto o meu tempo falando em nome de três Parlamentares! (Risos.)

PRESIDENTE (Deputado Ademar Traiano – PSDB): Para concluir, Deputado.

DEPUTADO LUIZ CLAUDIO ROMANELLI (PSB): Em 2015 construímos uma solução, que foi apresentada ao Sindicato dos Servidores, que foi rejeitada. Gostaria que a APP tivesse aprovado em assembleia o acordo que propusemos; gostaria que as universidades tivessem acordado.

A APP nem apresentou na assembleia o acordo, e os sindicatos rejeitaram. Aprovamos uma Lei aqui embaixo de vaias, com voto contrário; com exceção do Deputado Tercílio Turini, que votou “sim”, todos os outros votaram “não” a essa Lei.

Então, sem hipocrisia, aqui! Quem votou “sim” tem o direito de ir à tribuna e cobrar o cumprimento da Lei, como o Deputado Tercílio tem, e os outros… (É retirado o som.)

PRESIDENTE (Deputado Ademar Traiano – PSDB): Por favor, para concluir, Deputado. V.Ex.a está exaltado, mas vou lhe dar mais uma chance.

DEPUTADO LUIZ CLAUDIO ROMANELLI (PSB): Ex.a, eu nunca estou exaltado; sou um descendente de italianos e não posso ser criticado por falar alto e muitas vezes expressar…

PRESIDENTE (Deputado Ademar Traiano – PSDB): Já gastou o seu tempo só se explicando, Deputado.

DEPUTADO LUIZ CLAUDIO ROMANELLI (PSB): Eu e o Deputado Nereu Moura não podemos ser discriminados, aqui. Não é isso, Deputado Nereu? O Presidente fala alto. O fato é que esta questão exige bom senso de todos nós.

O Beto Richa não é um governante cruel, que está no Palácio para perpetrar maldades contra os servidores públicos; ao contrário.

Qual o Estado do Brasil que nos últimos três anos deu reajuste para os servidores? Nenhum! Zero! Doze Estados não pagam salário! O que eu quero dizer é que V.Ex.as têm que ser parceiros da solução.

Quando anunciamos que o Governo não votará e não votaríamos isso antes do final de novembro, é no sentimento de ter uma mesa de negociação, de discutir… (É retirado o som.) (Aplausos dos Deputados.)

PRESIDENTE (Deputado Ademar Traiano – PSDB): Para encerrar, agora. Por favor, já estou tendo… V.Ex.a já foi aplaudido o suficiente. Vamos à…

DEPUTADO MARCIO PAULIKI (PDT): Presidente, vi aqui nos meus arquivos, eu vendi uma geladeira para o Deputado. Foi em 12 vezes, sem juros, Deputado. Sem juros! (Risos.)

PRESIDENTE (Deputado Ademar Traiano – PSDB): Deputado Pauliki, pode ter certeza de que já tem muita gente na fila para comprar a sua geladeira. (Risos) Encerrado o horário do Expediente, passamos à Ordem do Dia.

11/10/2016 imprensa Comentários desativados em Assembleia só votará reajuste de servidores em dezembro, diz Romanelli

Assembleia só votará reajuste de servidores em dezembro, diz Romanelli

 

29614668434_98e53409cd_zA Assembleia Legislativa só vai votar a proposta de suspensão  do reajuste salarial dos servidores públicos após o dia 30 de novembro. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (10) pelo líder do governo na Assembleia, deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB).

“O que eu posso garantir, é que nós decidimos em comum acordo com a Casa Civil que não votaremos absolutamente nada até o dia 30 de novembro. Antes, vamos esperar a conclusão da votação do PLC 257 que tramita no Congresso. E faremos no dia 19 de outubro, às 14h, uma audiência pública com a presença do secretário da Fazenda, da Administração, da Procuradoria do Estado, para discutir com os sindicatos dos servidores de forma transparente a LDO e a Lei Orçamentária de 2017”, afirmou Romanelli.

Segundo o líder do governo, o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa já advertiu que não há recursos para pagar as promoções e progressões em atraso e o reajuste do funcionalismo. “O estado até dezembro estará devendo aos servidores R$ 750 milhões de promoções e progressões atrasadas. O governo pretende implantar em janeiro todas as promoções e progressões e isso beneficiará 90% dos servidores públicos.O custo é de R$ 60 milhões por mês”, explicou.

Romanelli esclareceu que os R$ 750 milhões serão pagos nos dez meses subsequentes a um custo mensal de R$ 75 milhões. “Ao todo, R$ 135 milhões mensais. Este é o custo, do reajuste. Não há recurso no orçamento para pagar R$ 1.4 bilhão de promoção e progressão mais R$ 2.1 bilhões de data base. No total, seriam R$ 3.5 bilhões. O orçamento é público, é transparente. Os sindicatos têm acesso e a audiência pública será importante para debater e discutir com total transparência e responsabilidade”, disse.

O deputado acredita que o indicativo de greve aprovado pelos sindicatos de servidores públicos não trará benefícios a ninguém e é extemporâneo.“Não há sentido de se promover nenhuma greve, até porque os servidores do Paraná estão com seus salários em dia e atualizados. Há um debate aqui no parlamento, há um debate com os sindicatos dos servidores. Penso que entrar em greve não trará nenhuma receita adicional ao Estado. Muito provavelmente trará um grande incômodo para a sociedade paranaense. A mim parece que não serve a ninguém fazer greve nesse momento”, afirmou.

10/10/2016 imprensa Comentários desativados em Alvíssaras, capitão Ulysses!

Alvíssaras, capitão Ulysses!

romanelli_ulyssesAlvíssaras, Meu Capitão

Luiz Claudio Romanelli*
Ulysses Guimarães, o grande artífice da nossa Constituição e da redemocratização do país, faria 100 anos em 6 de outubro. Deputado federal por 11 vezes em seus mais de 40 anos de vida pública, foi presidente da Câmara dos Deputados por três vezes, fundador do MDB e do PMDB, presidente do partido e símbolo da resistência contra a ditadura.

Eu poderia escrever sobre toda a sua trajetória, marcada pela coragem e por ações e enfrentamentos memoráveis, mas prefiro destacar alguns momentos de sua biografia, que revelam a grandeza do homem e do político inigualável que ele foi. O primeiro deles é a anticandidatura a presidente da República, num tempo em que as eleições diretas para presidente e para os governos estaduais haviam sido substituídas pelo famigerado colégio eleitoral.

Em 1973, num ousado desafio à ditadura, a convenção nacional do MDB lançou Ulysses Guimarães “anticandidato” à Presidência da República, tendo como vice o jornalista e ex-governador de Pernambuco Barbosa Lima Sobrinho. Não havia chance de vitória num colégio eleitoral em que a Arena era majoritária, mas a intenção era denunciar a farsa eleitoral e a violação de direitos e a censura. Através de uma campanha simbólica, o presidente do MDB percorreu o país denunciando os crimes da ditadura.

O discurso que Uysses Guimarães fez naquela histórica convenção- “Navegar é preciso, viver não é preciso” foi absolutamente genial e é um peça de retórica impecável, provavelmente o maior discursos que ele fez.

“Não é o candidato que vai percorrer o país. É o anticandidato, para denunciar a antieleição, imposta pela anticonstituição que homizia o AI-5, submete o Legislativo e o Judiciário ao Executivo, possibilita prisões desamparadas pelo habeas corpus e condenações sem defesa, profana a indevassabilidade dos lares e das empresas pela escuta clandestina, torna inaudíveis as vozes discordantes, porque ensurdece a nação pela censura à imprensa, ao rádio, à televisão, ao teatro e ao
cinema.

“Ressaltarei nesta convenção a liberdade de expressão, que é apanágio da condição humana e socorre as demais liberdades ameaçadas, feridas ou banidas. É inócua a prerrogativa que faculta falar em Brasília, não podendo ser escutado no Brasil, porquanto a censura à imprensa, ao rádio e à televisão venda os olhos e tapa os ouvidos do povo. O drama dos censores é que se fazem mais furiosos quanto mais acreditam nas verdades que censuram. E seu engano fatal é presumir que a censura, como a mentira, pode exterminar os fatos, eliminar os acontecimentos, decretar o desaparecimento das ocorrências indesejáveis. A verdade poderá ser temporariamente ocultada, nunca destruída. O futuro e a História são incensuráveis”.

Um detalhe: a lei garantia que o discurso do candidato da oposição à Presidência da República no colégio eleitoral fosse transmitido em rede nacional. Tudo foi gravado, mas nada foi exibido porque o governo Médici censurou.

No discurso, o Dr. Ulysses pontuava o ideário emedebista combatia a política econômica adotada pelos militares, que preconizava fazer crescer o bolo para depois dividi-lo : “A liberdade e a justiça social conformam a face mais bela, generosa e providencial do desenvolvimento, aquela que olha para os despossuídos, os subassalariados, os desempregados, os ocupados em ínfimo ganhapão ocasional e incerto, enfim, para a imensa maioria dos que precisam para sobreviver, em lugar da escassa minoria dos que têm para esbanjar.

Desenvolvimento sem liberdade e justiça social não tem esse nome. É crescimento ou inchação, é empilhamento de coisas e valores, é estocagem de serviços, utilidades e divisas, estranha ao homem e a seus problemas. Enfatize-se que desenvolvimento não é silo monumental e desumano, montado para guardar e exibir a mitologia ou o folclore do Produto Interno Bruto, inacessível tesouro no fundo do mar, inatingível pelas reivindicações populares.

É intolerável mistificar uma nação a pretexto de desenvolvê-la, rebaixá-la em armazém de riquezas, tendo como clientela privilegiada, senão exclusiva, o governo para custeio de tantas obras faraônicas e o poder econômico, particular ou empresarial, destacadamente o estrangeiro, desnacionalizando a indústria e dragando para o exterior lucros indevidos.

É equívoco, fadado à catástrofe, o Estado absorver o homem e a nação. A grandeza do homem é mais importante do que a grandeza do Estado, porque a felicidade do homem é a obra-prima do Estado. O Estado é o agente político da nação. Além disso e mais do que isso, a nação é a língua, a tradição, a família, a religião, os costumes, a memória dos que morreram, a luta dos que vivem, a esperança dos que nascerão”.

Se havia dúvidas entre os “autênticos” do MDB, que resistiam a lançar a candidatura de Ulysses, por temor de que ela referendasse o espúrio colégio eleitoral de cartas marcadas, elas se dissiparam ali. “Srs. Convencionais, a caravela vai partir. As velas estão pandas de sonho, aladas de esperanças. O ideal está ao leme e o desconhecido se desata à frente. No cais alvoroçado, nossos opositores, como o Velho do Restelo de todas as epopeias, com sua voz de Cassandra e seu olhar derrotista, sussurram as excelências do imobilismo e a invencibilidade do establishment. Conjuram que é hora de ficar e não de aventurar.

Mas, no episódio, nossa carta de marear não é de Camões e sim de Fernando Pessoa ao recordar o brado: “Navegar é preciso. Viver não é preciso”. Posto hoje no alto da gávea, espero em Deus que em breve possa gritar ao povo brasileiro: Alvíssaras, meu capitão. Terra à vista! Sem sombra, medo e pesadelo, à vista a terra limpa e abençoada da liberdade”.

O discurso não foi transmitido pela tevê, mas reproduzido em panfletos, circulou por todo o país. Eu era ainda um adolescente em Londrina, mas a partir daí decidi que era imprescindível participar da
política e na oposição ao regime militar que alijava a participação popular.

A semente plantada pelo Dr. Ulysses em 73, frutificou em 74. As eleições tiveram um caráter plebiscitário. O MDB elegeu 15 senadores nas 21 vagas em disputa e 165 entre os 364 deputados federais.

O troco dos militares viria com em abril de 1977. O presidente Geisel decretou o recesso do Congresso, editando em seguida o chamado “pacote de abril”, que mantinha eleições indiretas para os governos estaduais em 1978, sublegendas para o Senado; e eleição indireta de um senador “biônico” para cada estado.Dois meses depois, o MDB realizou em Brasília o simpósio A luta pela democracia e obteve do Tribunal Superior Eleitoral autorização para transmitir os pronunciamentos do seu presidente, Ulysses Guimarães, do líder do partido no Senado, André Franco Montoro, do presidente do Instituto de Estudos Políticos Pedroso Horta do partido, Alceu Colares, e do líder na Câmara, o paranaense José Alencar Furtado.

Em cadeia nacional de rádio e tevê, o dr.Ulysses criticou o regime: “O mal que dizima e desestabiliza a nação só tem um nome e um diagnóstico, ausência de democracia, e só uma cura: restabelecimento da democracia.” Alencar Furtado denunciou a tortura e o desaparecimento e a morte de militantes políticos: “O programa do MDB defende a inviolabilidade dos direitos da pessoa humana para que não haja lares em prantos; filhos órfãos de pais vivos — quem sabe — mortos, talvez. Órfãos do talvez ou do quem sabe. Para que não haja esposas que enviuvem com maridos vivos, talvez; ou mortos, quem sabe? Viúvas do quem sabe ou do talvez”.

Três dias depois, veio a reação da ditadura. Alencar Furtado teve seu mandato cassado e seus direitos políticos suspensos por dez anos. O Dr. Ulysses seria processado com base na Lei de Segurança Nacional e mais tarde absolvido pelo Supremo Tribunal Federal.

Militei naquele MDB velho de guerra, pela anistia, pelo restabelecimento das liberdades e pelas eleições livres e diretas.

Anos depois, em 1984, tive o privilégio de receber o dr. Ulysses no primeiro comício pelas Diretas Já, em Curitiba, como secretário geral do PMDB do Paraná. Em 89, estive na convenção nacional que o escolheu candidato à presidência. Desgastado pelo fracasso do Plano Cruzado, pela proximidade com o governo Sarney e pelo racha no PMDB, ele teve 4,43% dos votos, ficando em sétimo lugar na disputa.

Outro grande momento de sua vida pública foi sua participação na Assembléia Nacional Constituinte, instalada, no dia 1º de fevereiro de 1987. Graças a sua atuação, o processo da construção da nova
Constituição foi aberto à participação popular . No dia 5 de outubro de 1988, quando a Constituição Cidadã foi promulgada, o Dr. Ulysses fez outro discurso memorável.

A Constituição, disse , “certamente não é perfeita. Ela própria o confessa ao admitir a reforma. Mas, quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la nunca. Traidor da
Constituição é traidor da pátria. Conhecemos o caminho maldito: rasgar a Constituição, trancar as portas do parlamento, garrotear a liberdade, mandar os patriotas para a cadeia, o exílio, o cemitério.

Quando após tantos anos de lutas e sacrifícios promulgamos o Estatuto do Homem da Liberdade e da Democracia bradamos por imposição de sua honra. Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo.. .

…A vida pública brasileira será também fiscalizada pelos cidadãos.

Do Presidente da República ao prefeito, do senador ao vereador. A moral é o cerne da pátria. A corrupção é o cupim da República.

República suja pela corrupção impune tomba nas mãos de demagogos, que a pretexto de salvá-la a tiranizam. Não roubar, não deixar roubar, por na cadeia quem roube, eis o primeiro mandamento da moral pública.

…É caminhando que se abrem os caminhos. Ela vai caminhar e abri-los. Será redentor o caminho que penetrar nos bolsões sujos, escuros e ignorados da miséria. A sociedade sempre acaba vencendo, mesmo ante a inércia ou o antagonismo do Estado.

…A Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai mudar. A Constituição pretende ser a voz, a letra, a vontade política da sociedade rumo à mudança. Que a promulgação seja o nosso grito. Mudar
para vencer. Muda Brasil.”

Em 1992, aos 76 anos, o Dr. Ulysses desapareceu em um acidente de helicóptero no litoral do Rio de Janeiro. O PMDB perdeu seu maior líder e o Brasil um homem público como poucos, que não se acovardou
nos momentos mais sombrios, que teve serenidade, ponderação e manteve o diálogo, mesmo com seus piores adversários. Que sua vida nos sirva de exemplo, em tempos tão difíceis.

Boa Semana a todas e todos! Paz e Bem!

10/10/2016 imprensa Comentários desativados em “Quem sou eu para fazer censura de valor sobre a decisão de uma categoria de entrar em greve ou não?”

“Quem sou eu para fazer censura de valor sobre a decisão de uma categoria de entrar em greve ou não?”

30229272136_9351d606d5_zDEPUTADO LUIZ CLAUDIO ROMANELLI (PSB): Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, até em respeito a esta Casa e considerando os pronunciamentos que foram feitos tenho dois informes a fazer, porque no exercício da função de Líder do Governo tenho a obrigação de responder alguns dos pronunciamentos que são feitos aqui.

Neste momento, Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, gostaria de falar que na última semana nos reunimos, acompanhamos em nome da Bancada de Apoio ao Governo a reunião realizada entre a Direção da APP-Sindicato e o Governo do Estado, estando presentes o Chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, e a Secretária de Estado da Educação, Professora Ana Seres, além de outras pessoas. Relato isto porque esta foi uma reunião solicitada pela APP-Sindicato com base na Mensagem que veio anexada, porque trata de fixar parâmetros para a elaboração da Lei Orçamentária Anual e que altera dispositivos da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Digo isto porque, como todos sabem, o Governo fez uma proposta a esta Casa que deverá ser analisada, e certamente nas mesas de negociação, na discussão com o Sindicato dos Servidores o Governo propõe trocar a data base, prevista para janeiro, pelo pagamento, pela implantação, e depois do pagamento dos atrasados, dar as promoções e progressões. O que ocorre? Ocorre que o País, como todos sabem, diferente do que havia sido anunciado, não está tendo crescimento econômico, ao inverso disso, estamos vivendo uma recessão.

Esse ano, em valor real, teremos receita menor do que tivemos em 2015, a previsão para 2017 tampouco é alvissareira, muito pelo contrário, a previsão é conservadora, mas é uma previsão que possamos ter no máximo um crescimento de 5% na receita contra uma inflação, que hoje está prevista para 2017, de 4,5%.

De qualquer forma, de qualquer sorte, estamos vivendo um quadro extremamente complexo. É sabido por todos que através da Liderança do Governo, no debate permanente com a Liderança da Oposição, à época o Deputado Tadeu Veneri, com o Deputado Professor Lemos, construímos uma solução para sair da crise que vivíamos no ano passado, especialmente da greve que tínhamos da área da educação básica e do ensino superior. Construímos uma proposta de revisão anual de salários e cumprimos, o Governo, Poder Executivo, cumpriu a primeira parte, dando reajuste em outubro de 2015 de 3,45, implantando e pagando as promoções e progressões de 2014 em 2015.

Ao mesmo tempo, em janeiro, de uma previsão que havia de inflação de 8,5, a inflação fechou em 10,67%. Pois bem, o Governador deu o reajuste de acordo com o IPCA, diferente inclusive da proposta que havia sido formulado. Agora, temos para janeiro a previsão da data base, o Governo sabe que tem e terá até o final desse ano, R$ 750 milhões de promoções e progressões que já estão vencidas, ou vencerão até dezembro desse ano. Qual foi a proposta feita pelo Poder Executivo?

Fazer com que haja a implantação das promoções e progressões no valor de R$ 60 milhões por mês, e o pagamento, em dez prestações, provavelmente, dez prestações de R$ 75 milhões cada uma para poder zerar esse passivo. Isso dá R$ 1 bilhão 400 milhões. O reajuste dá R$ 2 bilhões 100 milhões.

Ou seja, se somarmos data base mais promoção e progressão são R$ 3,5 bilhões, por óbvio não há recurso para fazer frente a essa despesa com pessoal. Nós, na reunião que fizemos semana passada com a APP, e que serve de referência para a relação com os outros sindicatos, estabelecemos um calendário, por primeiro: nada será votado nesta Casa de Leis – e isso garanto a todos que me conhecem – antes do dia 30 de novembro.

Não votaremos a LDO e nem a LOA em Plenário. Não controlo, muito pelo contrário, respeito a autonomia da Comissão de Orçamento, mas faço um apelo para que o Presidente da Comissão de Orçamento e o Relator do Orçamento possam discutir e interagir conosco. Comigo, Líder do Governo, e também com o Deputado Maurício Requião, Líder da Oposição, porque penso que essas questões tem que ser estabelecidas aqui no Parlamento.

O que quero garantir? Não votaremos nada até o dia 30 de novembro. Por quê? Por que, primeiro, precisamos esgotar com os servidores públicos, de forma pública, ampla, transparente, a Lei Orçamentária Anual de 2017, as suas receitas e suas despesas, que os técnicos se debrucem, analisem, questionem, que façamos uma radiografia nos recursos públicos disponíveis para o pagamento das despesas.

Ao mesmo tempo, temos que esperar o Senado Federal concluir a votação do Projeto de Lei Complementar 257 que trata de fixar o limite de gastos com pessoal para o exercício de 2017 e 2018, condicionando a renegociação da dívida dos Estados. Eu faço esse relato porque, como todos sabem, anuncia-se a possibilidade da existência de uma greve por parte, pelo menos, do Sindicato dos Professores. Reconheçamos: a greve não trará receita adicional ao Estado. Nenhum lucro haverá com a greve.

Ao contrário, haverá um prejuízo aos estudantes e à sociedade como um todo, mas quem sou eu para fazer censura de valor sobre a decisão de uma categoria de entrar em greve ou não? Essa é uma decisão da categoria, mas faço um apelo ao Professor Lemos, que é dirigente da APP-Sindicato, para que, Professor Lemos, vamos manter a mesa de negociação.

Dia 19 de outubro será feita uma Audiência Pública com todos os sindicatos dos servidores, com a presença do Secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, com os técnicos da Fazenda, com os técnicos dos Sindicatos, com os técnicos da Secretaria da Administração, da Procuradoria Geral do Estado, para que possamos analisar sob todos os aspectos do que estamos tratando. Os senhores e senhoras acompanham o que acontece no País.

Doze Estados da Federação Brasileira, sendo que pelo menos três dos mais importantes Estados – Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul – não pagam mais o salário dos seus servidores em dia. O regime lá é entra dinheiro e vai pagando, mas, na verdade, estão falidos, literalmente falidos. Vinte Estados já anunciaram que não pagarão o 13.º… (É retirado o som.)

PRESIDENTE (Deputado Ademar Traiano – PSDB): Deputado, V.Ex.a tem o tempo para concluir. Até lhe concedo um tempo maior, como concedi ao Deputado Nereu, devido à importância do assunto.

DEPUTADO LUIZ CLAUDIO ROMANELLI (PSB): Agradeço, Ex.a. Vinte Estados já anunciaram que não pagarão o 13.º salário. Não é o nosso caso. Já há provisão no orçamento para pagamento do 13.º salário, como há também um amplo processo de discussão para que tenhamos a possibilidade de construir soluções. Tem proposta, Deputado Maurício, alternativa a essa apresentada pelo Governo?

Tem proposta. É possível sim trabalhar, construir, discutir, debater. O que não dá é para que possamos fazer da intolerância a nossa companheira, o nosso travesseiro. Ao contrário, o País está em recessão, o Paraná não é uma ilha em meio disso tudo e muito menos, é claro, os servidores públicos. Os servidores públicos do Paraná, via de regra, estão todos com o salário acima do valor de mercado, de mercado de trabalho.

A grande parte com valores superiores a qualquer categoria profissional no nosso País. Temos bons salários, salários dignos para todos os nossos servidores públicos. Não há ninguém que receba um salário aviltante. Talvez haja uma ou outra categoria de início de carreira, de agente de apoio que precisa ter uma revisão, mas como via de regra as principais categorias têm salários dignos. Querem mais?

É natural que quem vive de salário queira mais salário, é natural que quem vive de salário queira receber a correção da inflação. V. Ex.a mesmo sabe, os Parlamentares desta Casa ficam quatro anos com seus subsídios congelados ou não é isso? Todos aqui estão com seus salários congelados por quatro anos. Só se reajusta salário de Parlamentar de quatro em quatro anos, aliás, pouca gente sabe disso, mas aproveito para dizer isso.

Sabemos como é duro o salário ficar congelado. Mas aí o que o Governo está acenando e a advertência que a Secretaria da Fazenda fez é que não tem como pagar as duas contas, pagar as promoções e progressões e pagar também o reajuste. Então, é um tema que temos que debater e peço, obviamente, que possamos manter a nossa capacidade de diálogo e de construção de solução, como sempre esta Casa fez.

E concluo, Sr. Presidente, para dizer da importância que temos que separar na análise em relação a esse movimento de ocupação que temos visto nas escolas, da questão partidária e corporativa sindical… (É retirado o som.)

PRESIDENTE (Deputado Ademar Traiano – PSDB): Deputado Romanelli, agora para concluir, por favor.

DEPUTADO LUIZ CLAUDIO ROMANELLI (PSB): O movimento social denominado Ocupa Paraná é coordenado pela União Paranaense dos Estudantes Secundaristas, e discute, faz uma reivindicação pela suspensão da Medida Provisória que refaz a reforma do ensino médio.

Quero dizer que o Governo está aberto ao diálogo com a Upes, com o movimento Ocupa Paraná, no sentimento de encontrarmos uma solução também através do diálogo, reconhecendo a legitimidade da Upes para ser interlocutora do Governo neste debate, nesta discussão e não, é claro, aquele que queiram, de alguma forma, se aproveitar desse movimento, que é um movimento social.

06/10/2016 imprensa Comentários desativados em Deputados garantem apoio para administração de Acássio em Assaí

Deputados garantem apoio para administração de Acássio em Assaí

whatsapp-image-2016-10-06-at-17-25-22O município de Assaí, no Norte Pioneiro, contará a partir de 2017 com um forte apoio político no Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. Nessa semana, o prefeito eleito de Assaí, Acássio Secci, reuniu-se com o governador Beto Richa e com o líder do governo na Alep, deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB). Eles garantiram total apoio para as parcerias que o município precisa para se desenvolver.

“O Acássio é um homem correto e preocupado com o bem público. A população de Assaí viu as boas propostas e ideias que ele tem para o município e por isto o elegeu. Ele contará com o apoio do nosso mandato na Assembleia para levar os recursos estaduais nas mais diversas áreas. Sabemos como fazer e vamos fazer!”, disse o deputado Romanelli.

O líder do governo destacou ainda o apoio do deputado estadual Tercílio Turini (PPS) e do deputado federal Alex Canziani (PTB) para a futura administração. “O Acásiso terá um forte grupo de deputados o apoiando e por isto temos a certeza de que fará uma grande gestão na prefeitura de Assaí. O deputado Tercílio Turini foi o grande articulador destes apoios, além de ser um especialista na área da saúde. Já o Alex Canziani é um dos deputados mais articulados em Brasília junto ao Governo Federal. Estes apoios nos dão a certeza que teremos uma grande gestão em Assaí”, afirmou.

Romanelli destacou ainda a interlocução do ex-prefeito Michel Bomtempo. “O Michel é um grande parceiro que conhece, como poucos, a realidade do município. Está conosco e com o Acássio que garantirão os programas para o desenvolvimento de Assaí”, completou.

04/10/2016 imprensa Comentários desativados em Romanelli garante realização de audiências públicas para debater pagamentos dos servidores públicos

Romanelli garante realização de audiências públicas para debater pagamentos dos servidores públicos

 

 

29821277150_d05f6da6d7_zO líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) explicou, nesta terça-feira (4), que as emendas à proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias do Estado para 2017 que prevêem a suspensão do reajuste salarial dos servidores públicos não serão votadas em regime de urgência. De acordo com Romanelli, as propostas serão amplamente discutidas com a sociedade e com as entidades representativas dos servidores públicos, em audiências públicas. “Quero garantir que vamos dialogar, como sempre fizemos. Vamos conversar com todos os sindicatos, com os técnicos do governo e aprofundar a discussão com racionalidade, com fundamento. Não haverá atropelos na votação”, disse.

Romanelli esclareceu que as emendas enviadas pelo Poder Executivo adequam a Lei de Diretrizes Orçamentárias ao PLP 257, que estabelece que as despesas com a folha de pagamentos e custeio não pode ser superior a inflação em 2017.

30033887971_654edac01a_z-1“Vamos aguardar a votação do PLP 257 no Senado e debater muito bem essa questão. A aprovação desse projeto obriga o Governo do Estado a fazer escolhas, uma delas é priorizar o pagamento das promoções e progressões. O governo pretende pagar a partir de janeiro de 2017 todas as promoções e progressões que estiverem vencidas até dezembro e, além de implantar as de janeiro, fazer os pagamentos sucessivos nos meses do exercício de 2017. A partir daí, faz-se a implantação do reajuste previsto pela data base”, explicou.

O líder do governo esclarece que não haverá congelamento de salários. “Todos os servidores ativos receberão promoções e progressões e os atrasados. E o reajuste vem ainda no exercício de 2017. Ele fica apenas adiado. A implantação de todas as promoções e progressões. No total, serão quitados R$ 1,4 bilhão em benefícios vencidos até dezembro de 2016 e a vencer no ano que vem. É preciso lembrar que a maior parte dos estados brasileiros está há três anos sem conseguir nenhum real de reajuste e 20 estados brasileiros estão sem pagar os salários em dia, atrasados ou parcelados”, analisou

Segundo Romanelli, a discussão deve ser nortada pelo interesse público. “A população paranaense espera investimentos e serviços públicos de melhor qualidade. A realidade é que a economia do país vai mal. O orçamento é formado pelas receitas públicas e pelas despesas. Para pagar o reajuste salarial e mais as promoções e progressões, seriam necessários R$ 3,5 bilhões. A realidade é que não é possível pagar as promoções e progressões atrasadas e ao mesmo tempo conceder o reajuste. Não se tem receita para isso. O custo disso é inviável.”, afirmou.

04/10/2016 imprensa Comentários desativados em “Diálogo. Teremos diálogo para discutir qualquer projeto aqui na Casa”

“Diálogo. Teremos diálogo para discutir qualquer projeto aqui na Casa”

30081487636_783581e669_zSenhor presidente, senhoras deputadas e senhores deputados.

Minha intenção era utilizar o horário da Liderança do Governo para fazer a minha fala. Mas considerando o tom dos discursos de alguns que utilizaram a tribuna, eu resolvi desde logo dar um posicionamento. E, penso eu, traduzir o sentimento dos deputados e deputadas que integram a base de apoio ao Governo.

Por primeiro, deputado professor Lemos, quero dizer à vossa-excelência que eu, a mim, não me parece que vossa-excelência tenha o condão de poder falar de desvio do dinheiro público. Até porque se o país está atravessando a crise que está atravessando, é justamente quando se desfundou o tamanho do desvio de dinheiro, especialmente, da Petrobrás.

Aliás, eu até hoje, deputado Tadeu Veneri, sempre aqui vi sermões em relação à diversas questões. Na semana passada, eu reconheço, teve um episódio de uma pessoa que até hoje eu gostaria de ouvir uma explicação. Não de vossa-excelência, por favor. Mas eu quando vi que o ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, foi preso. E junto com a prisão dele, deputado Chico Brasileiro, foram divulgados dois extratos bancários.

Um de um banco que agora eu não me recordo o nome e o outro do Bradesco. R$ 61 milhões de reais na conta do ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci. Ele está devendo uma explicação, creio eu, para todo mundo. Ao Brasil inteiro. Porque ouvi falar que o diretor, o “Barusco”, não sei quem da Petrobrás, o ex-deputado não sei quem, aquela quadrilha ali que tinha no Congresso, enfim, faz parte.

Agora o ministro da Fazenda do porte do Palocci ter R$ 61 milhões na conta dele, reconheçamos. Está devendo uma explicação à opinião pública. Então creio eu que esse debate nosso aqui do Paraná não é para nacionalizar ele ou da roubalheira da Laja Jato, ou da Publicano, ou coisa que o valha. Até porque a coisa é o seguinte: ninguém aqui tem o monopólio da ética, a mim parece. Alguns já até pretenderam num passado recente, mas não conseguiram.

Mas o que eu quero dizer é o seguinte: eu queria dizer às senhoras e aos senhores parlamentares é que eu propus ao chefe da Casa Civil, deputado Valdir Rossoni, considerando que houver, por parte do Poder Executivo, no cumprimento do dispositivo constitucional vigente, o envio da lei orçamentária anual para que pudesse, o Poder Executivo, cumprir o que preceitua a constituição.

Dia 30 de setembro tem que protocolar a proposta de lei orçamentária. Foi o que o Poder Executivo fez. Ao mesmo tempo, o governo fez, também, uma emenda que é a lei de Diretrizes Orçamentárias que está sendo discutida nesta Casa. Ela trata de fazer a adequação – e aí vem uma proposta. A adequação àquilo que preceituo o q ue está sendo legislado no Congresso Nacional, que é o PLP 257. Já foi votado pela Câmara, aprovado pela Câmara, e está no Senado da República.

O 257 estabelece de despesas correntes primárias, ou seja, de gasto com pessoal e custeio, para o exercício de 2017 e 2018, único e exclusivamente o crescimento do valor da inflação, nada a mais que isto.

É esta a condicionante para fazer a equação que envolve o refinanciamento da dívida pública dos estados. Este tema, é ele primeiro que tem que ser decidido pelo Congresso Nacional. Os problemas que nós temos no Estado, da economia, deputado Péricles, nós esperávamos que ela fosse crescer em 2015, 3%.

O que aconteceu? Caímos. Nós já perdemos aí 6%, quase 9%. [Vossa-exclência me permita usar o horário do PSB, deputado Traiano].

Presidente deputado Ademar Traiano – PSB, pois não. Vossa-excelência passa a usar o horário do PSB.

Deputado Luiz Claudio Romanelli – Nós já afundamos a economia. Entre 7 e 8%. As empresa, empresas sólidas, estão parando de recolher o imposto. O deputado Lemos, vossa-excelência vive em um outro planeta? Desculpe pergunta deste jeito. Porque 20 estado do Brasil não pagam salário aos servidores, não deram reajuste nos últimos três anos, não concederam, não deram 13º salário.

O Brasil está um caos! Que país é esse que vossa-excelência está falando? Desculpe. Vossa excelência tem autoridade moral para falar, tem autoridade moral. Mas até porque tem que medir suas palavras, vossa-excelência. Desculpe. Inclusive encontrei aqui a professora Nádia, no início aqui da sessão, e falei com ela. Propus ao chefe da Casa Civil.

Nós vamos realizar audiência pública com os sindicatos. Quem tem que fazê-lo, não é a Assembleia Legislativa. É o Poder Executivo. Eu já propus, a Casa Civil já aceitou. Vai ter os técnicos do Fórum, das entidades sindicais, se aceitarem. Vai ter o secretário Mauro Ricardo e sua equipe. Amplo debate e discussão, técnica, não é discurso, retórica que não leva a nada. Mas não estamos aqui para ficar com gritaria que não leva a lugar nenhum. Pé no chão.

Gritar é lícito aqui. Cada um grita o que quiser. A tribuna é para isto mesmo. Agora o debate que trata interesse público, ele tem que ser ordenado pela realidade orçamentária e financeira da queda de receita e das dificuldade que nós temos que enfrentar em 2017.

E a mim parece que há de se ter muita consciência de todos. Inclusive dos que foram, né? Porque o eleitor mostrou muito mau humor com determinado tipo de comportamento. Há de se reconhecer isto. Então acho que é hora, não vou recomendas a todos silêncio obsequioso, mas é necessário que de fato se observe o que acontece com a opinião pública. Com o povo que está esperando investimento do Estado.

A prestação do serviço público tem que melhorar. É isso que o povo está esperando. Se quem não conseguiu ouvir as vozes das ruas, as vozes das urnas, está com algum problema. O governo, inclusive, tem um programa de poder melhorar a audição dos que não conseguem fezê-lo.

O que eu quero dizer, senhores deputados, senhoras deputadas, aos que queiram aqui nos ouvir. É para dizer o seguinte, deputado Raska. Vamos no Poder Executivo ainda fazer o debate, a discussão, discutir a lei orçamentário anual de 2017, as suas condicionantes. Essa Casa aqui não vai votar nada, deputado Péricles ou deputado Tadeu Veneri, em regime de urgência.

Nós votaremos a partir de um amplo processo de discussão. Nós vamos esperar terminar de votar o PLP 257 no Senado da República. Depois que vir a lei, aí nós votamos a LDO. Antes disto não. Nós temos um espaço para debater. Para discutir. O fato é que o que eu quero conclamar a todas e todos é que antes de se saírem divulgando e fazendo todo um fervo aí, que, né, entendo que é um direito. Mas também entendo que, ao mesmo tempo, é um dever respeitar a lógica, o bom entendimento, a construção de um estado democrático.

E, mais do que tudo, eu quero garantir a todos aqui, deputado Lemos, um diálogo como nós sempre fizemos. Diálogo. Diálogo com a APP Sindicato, com o Fórum das Entidades dos Servidores, com o Sindicatos das Universidades o qual nós iniciamos hoje, inclusive, o debate. Ou seja, nós vamos conversar com todos os sindicatos. Fazer audiência pública com o secretário da Fazenda, com a sua equipe, com os técnicos indicados pelos sindicatos.

Vamos aprofundar o debate e a discussão antes de poder só partidarizar, politizar o tema. Aí, reconheçamos, o nosso estado e o país vão para o buraco. Nós vamos enfrentando as dificuldades com muita competência, com racionalidade, com fundamento. Porque a proposta do governo é de poder fazer com que até o final do ano, nós teremos R$ 750 milhões de dívida com os servidores de promoções e progressões que não forem implantadas.

E também, é claro, estão sendo pagas. O que que se fará? A proposta que o governo enviou à Assembleia tem que ser debatido e discutido. Em janeiro de 2017, em vez de aplicar a proposta do reajuste. Implanta-se todas as promoções e progressões dos servidores públicos, civis e militares, 100%.

Isso significa, deputado Claudio Palocci, R$ 60 milhões a mais na folha de pagamento mensal do Poder Executivo. Nos meses seguintes, de acordo com a disponibilidade orçamentária e financeira, mais financeira do que orçamentária, paga-se os atrasados. Estes R$ 750 milhões atrasados. Vamos admitir que se pague oito meses, ou dez meses, cinco meses, enfim. Vai depender da dinâmica. O valor mensal vai dar mais do que se fosse o reajuste, indiscutivelmente.

O problema nosso é fazer com que, após terminar de implantar e pagar os atrasados, das promoções e progressões que descongela a carreira dos servidores públicos, implanta-se a Data Base. O reajuste da Data Base. É esta a discussão que estamos travando aqui.

Então gostaria de chamar a responsabilidade, professor Lemos, especialmente de vossa-excelência. Sempre é um interlocutor importante nisso. Porque vossa-excelência pode ter seus posicionamentos, mas antes de tudo, vamos tratar dos temas com a responsabilidade que todos nós temos aqui nesta Casa.

O mesmo apelo faço ao deputado Tadeu Veneri que marcou, aliás, sua passagem aqui nessa passagem no momento eleitoral enfrentando um enorme desafio. Tadeu Veneri, muitos elogios à sua coerência, à forma serena com a qual discutiu as propostas à cidade. E eu disse “esse é o Tadeu Veneri. Ele é desse jeito mesmo como se apresentou na campanha eleitoral”.

Ou seja, acho que vossa-excelência pode não ter obtido os votos que desejava, mas certamente ficou com boa imagem perante à opinião pública curitibana. O que não aconteceu com outros candidatos. Mas que vossa-excelência ficou, indiscutivelmente, com boa imagem, ficou.

Mas o que eu quero dizer é o seguinte: vamos ter pé no chão. Muita responsabilidade para encontrar soluções através do diálogo. Vou repetir: nós não vamos votar nada no atropelo. Não há regime de urgência. E como líder do governo, já conversei com a minha bancada. Com a base de apoio ao governo aqui que tenho a honra de poder ter uma interlocução permanente. Também conversei com outros deputados.

Vamos esperar terminar de votar o PLP 257 no Senado e, aí sim, depois das audiência públicas, do debate, da discussão, é que nós vamos dar encaminhamento nas soluções. Tudo de forma tranquila e serena. Porque o povo espera muito. E o povo não espera, deputado Lemos, greve na educação. Não espera greve em nenhum outro setor.

Aliás, quero só concluir a minha fala, se me permite, dizer que tenho a absoluta concordância em relação à essa proposta que foi feita da reforma do Ensino Médio. Talvez vossa-excelência no mérito até me pareceu meio favorável ao mérito da proposta. Debateu um pouco a fórmula. Eu entendo que nós temos que discutir o mérito da proposta, porque todo mundo quer uma reforma e quer um Ensino Médio inovador que atraia o jovem.

Mas, reconheçamos, a forma como se iniciou o debate deste tema, a mim não parece muito apropriado. Até porque a área de Ciências Humanos – eu tenho formação nesta área – a mim parece fundamental que seja ministrado como cadeira, com disciplina obrigatória no âmbito do Ensino Médio.

Eu digo assim: nenhuma disciplina a menos. E que se aumente a carga horário das outras disciplinas como português e matemática. Mas nenhuma disciplina a menos é o que eu acho fundamental. Concluo minha fala. Obrigado a todas e todos pela atenção.

Diálogo. Teremos diálogo para discutir qualquer projeto aqui na Casa.

03/10/2016 imprensa Comentários desativados em A voz das ruas

A voz das ruas

romanelli_2016Luiz Claudio Romanelli*

“Temos de nos tornar na mudança que queremos ver”. Mahatma Gandhi

Abertas as urnas, computados os votos, o fato relevante em Curitiba é a derrota do prefeito Gustavo Fruet (PDT) já no primeiro turno. A pesquisa Ibope divulgada no sábado (1) já sinalizava a indefinição em relação ao adversário de Rafael Greca (PMN) e mostrava o crescimento do candidato Ney Leprevost (PSD), mas se a derrota de Fruet surpreendeu muitos, a vitória de João Dória (PSDB) em São Paulo, já no primeiro turno, foi ainda mais inesperada.

Dória é o primeiro prefeito de São Paulo eleito em primeiro turno desde 1992, quando as eleições passaram a ter dois turnos. Na primeira pesquisa, o tucano apareceu com 5% para no fim das contas vencer no primeiro turno, derrotando três candidatos que já foram prefeitos da capital paulistana, Marta Suplicy, Luiza Erundina e o atual Fernando Haddad. Foi um verdadeiro furacão.

Essa foi uma campanha diferente de todas as outras. Foi uma campanha sob a égide da Lava Jato- candidatos mais à esquerda foram derrotados, com pouquíssimas exceções. Foi uma campanha muito mais curta, com duração de apenas 45 dias, metade do tempo de campanha das eleições anteriores. No rádio e na tevê foram apenas 35 dias, com início em 26 de agosto e encerramento no dia 29 de setembro. Os blocos do horário eleitoral gratuito, nas eleições para prefeito, tiveram o tempo de duração reduzido de 30 minutos para 10 minutos.

Foi também, especialmente nas capitais e grandes cidades, a eleição onde o eleitor revelou o maior desinteresse. Acredito que dois fatores levaram a essa apatia. O primeiro é o processo de demonização da atividade política e dos políticos. Para os que só tem acesso limitado à informação, política virou sinônimo de corrupção e todos os políticos não prestam.

Essa generalização, incentivada por parte da mídia que acredita que jornalismo é só oposição a quem está no poder, só gera mais desinformação. Diariamente, parte dessa mídia divulga notícias parciais, vaza informações que lhe convém, assassina reputações, insufla o ódio contra políticos e partidos. A política- que é um instrumento para transformar para melhor a vida das pessoas- passou a ser vista por uma parcela expressiva da população como uma atividade espúria, exercida apenas por oportunistas. Essa percepção equivocada leva as pessoas ao desencanto e ao desinteresse.

Por outro lado, a reforma eleitoral também limitou muito as campanhas. Proibiram-se os cavaletes, limitou-se o tamanho dos cartazes e placas. Os candidatos a vereador foram escanteados da campanha no rádio e tevê, apareceram apenas nas inserções pulverizadas ao longo da programação normal.

Nas médias e pequenas cidades, onde sempre se fez campanha gastando sola de sapato e conversando com os eleitores, nas ruas, de casa em casa, as mudanças na legislação não interferiram tanto no nível de conhecimento que os eleitores têm dos candidatos, mas nas grandes cidades e capitais, em que é praticamente impossível se tornar conhecido do eleitor sem o uso da comunicação visual, as restrições da legislação só aumentaram o desconhecimento e o desinteresse dos eleitores. Para 2018, acredito que essas restrições devem ser revistas- sou dos que acreditam que a praça é do povo, como o céu é do condor e uma boa campanha eleitoral se faz nas ruas e não apenas em programas eleitorais e redes sociais.

O fim do financiamento empresarial- que sempre defendi- com as consequentes restrições no orçamento das campanhas, fez sumirem os carros de som, jornais de campanha, placas, faixas e cabos eleitorais.

Mas a proibição do financiamento eleitoral por empresas não significou necessariamente uma campanha com mais lisura. Uma reportagem do UOL revelou que um grupo de trabalho do Tribunal de Contas da União apontou indícios de irregularidade em 1 de cada 3 doadores que contribuíram para as campanhas municipais. Entre as principais suspeitas de irregularidade estão a contribuição feita por pessoas que aparecem registradas como mortas ou são beneficiárias do programa Bolsa Família. Acredito que as restrições para captação de recursos de empresas devem ser mantidas, mas que as verbas do fundo partidário precisam ser melhor direcionadas, ao lado da permissão de doações de pessoas físicas, com ampla transparência e fiscalização. Campanhas mais baratas, a meu ver, são muito bem vindas.

Percorri aproximadamente 90 municípios nesta campanha eleitoral, apoiando candidatos a prefeito e vereadores. E comprovei que enquanto nas médias e pequenas cidades a população demonstrava grande interesse na eleição de prefeitos e vereadores, participando de reuniões e comícios, na capital até parecia que não haveria eleição. Em Curitiba, campanha mesmo praticamente só na tevê e no rádio. Nas ruas, apatia. O resultado das urnas comprova esse desinteresse. A abstenção em Curitiba- quando o eleitor não comparece para votar, chegou a 211 mil votos. Os votos nulos foram 96 mil e os votos em branco 51 mil. Somados, são 360 mil votos que não foram dados a ninguém.

Em relação a 2012, a abstenção dobrou (de 106 mil para 211 mil). O número de votos nulos cresceu 71%. Foram 56 mil em 2012. Agora, o número subiu para 96 mil. Os votos brancos cresceram 50%, de 34 mil em 2012 para 51 mil nesta eleição. O colégio eleitoral de Curitiba totaliza 1.289.215 eleitores.
A partir de agora, em Curitiba, Maringá, Ponta Grossa e outras 51 cidades do país, incluindo 17 capitais, começa uma nova campanha. Um dos desafios é conquistar o voto dos desinteressados e apáticos, mostrar a importância da participação popular, fazer com que os eleitores prestem atenção às propostas e soluções apresentadas pelos candidatos. Quando não participa, vota branco ou nulo, o cidadão delega a outro o seu destino e o destino de sua cidade.

Parabenizo a todos os eleitos e eleitas neste domingo. A situação econômica do país é desafiadora e as cidades precisam de soluções cada vez mais inovadoras. Vão se sairão bem aqueles gestores que prezarem pela responsabilidade e transparência, com o respeito à população. Da minha parte, continuo com o mandato na Assembleia Legislativa Do Paraná à disposição dos vereadores e prefeitos de todo o Paraná para ajudar nas demandas que nossas cidades precisam.

Boa Semana. Paz e Bem.

Scroll to top