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Mulheres buscam capacitação em área de predomínio masculino

Embora sejam minoria, mulheres investem em cursos de capacitação onde maior parte das empresas ainda prefere contratar mão de obra masculina

Elas são minoria nos cursos e nas empresas que trabalham no setor de metalurgia. Mesmo assim, não perdem o encanto nem desanimam na hora de se capacitar para o mercado de trabalho. Em Assaí, no Norte do Paraná, a Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Economia Solidária (SETS) promoveu cursos de qualificação profissional, em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego e Prefeitura. Ao todo, 32 trabalhadores foram capacitados pelo programa Projovem Trabalhador — Juventude Cidadã, nos cursos de Auxiliar Administrativo, Serviços Pessoais e Metalmecânica.

Dos 32 alunos formados, nove receberam certificação do curso de Metalmecânica, de um total de 15 alunos inscritos. Destes, seis eram mulheres, no entanto, apenas três receberam certificação pelo Governo do Paraná. O secretário do Trabalho e deputado estadual Luiz Claudio Romanelli, que participou da solenidade de formatura, lembrou que o Paraná vive atualmente um momento de desafio e mudanças. “Vivemos um momento de mudanças de paradigma, onde os desafios de qualificar trabalhadores e capacitá-los para ocupar as vagas disponíveis no mercado de trabalho são cada vez maiores”, diz.

Ele acrescenta que os cursos profissionalizantes ofertados pelo Estado, em parceria com a União, garantem qualificação a todos os trabalhadores que necessitem de aperfeiçoamento para a boa prática e exercício profissional da atividade. “O município de Assaí é um exemplo dessa oferta de cursos de capacitação de mão de obra feita pelo Estado e União. Além destes 32 alunos formados pelo Projovem Trabalhador, temos outro cinco cursos sendo realizados pelo Pronatec”, lembra.

O prefeito Luiz Alberto Vicente, o Luiz Mestiço, que o município vive um processo de formação de cidadãos comprometidos com o desenvolvimento municipal. “O mercado de trabalho exige que o trabalhador esteja qualificado. E é uma alegria muito grande participar desse momento, onde as pessoas estão se qualificando para que possam, por meio do trabalho, melhorar de vida, com a garantia de, uma vez qualificadas, ingressar no mercado de trabalho e melhorar a renda da família”, observa.

Desafio — Para a estudante Suelen Lima foi desafiador ingressar em um curso onde a maioria dos estudantes é do sexo masculino. “Eu optei por esse curso por ser uma área muito interessante e por haver poucas mulheres que trabalham neste setor. Eu queira fazer algo diferente e encontrei no Projovem Trabalhador essa oportunidade”, explica estudante de 20 anos.

Ela exercia a função de babá e percebeu que a participação em um curso de qualificação profissional seria a oportunidade de mudar de vida, apesar de a maioria das empresas ainda preferir contratar trabalhadores do sexo masculino. “Eu estou ansiosa para trabalhar e preparada para isso. Ainda não recebi proposta porque, por incrível que pareça, as empresas prefere contratar homens ao invés de utilizar mão de obra feminina”, lamenta.

Suelen acrescenta que durante o curso, aprendeu muito sobre a dificuldade do exercício desta atividade e agora compreende que é uma profissão onde só mesmo aqueles que estão capacitados permanecem. “Durante o curso, a gente aprendeu de tudo um pouco. Aprendemos a mexer com solda, sobre o respeito no trabalho e as dificuldades dessa atividade. Eu pensava que era uma coisa fácil, mas não é. E para a mulher, é ainda mais difícil. Esse trabalho é muito digno e eu quero trabalhar nessa área. Eu sinto muito pelas outras mulheres que poderiam ter feito o curso e não fizeram, pois este aprendizado valerá por toda a vida”, comemora.

Para Letícia Leris da Silva, 22, que se formou no curso de Serviços Pessoais, essa área está em expansão e não falta serviço para os profissionais que estão capacitados. “Há muitas mulheres novas, que gostam de se arrumar e ficar bonita e, por isso, escolhi essa área, porque uma vez capacitada, não faltará serviço”, explica. Embora nunca tenha trabalhado neste setor, depois de iniciar o curso pelo Projovem Trabalhador, ela iniciou a atividade, atendendo as clientes em domicílio. “Além disso, há oferta de emprego, já fiz uma entrevista e estou aguardando o resultado”, revela.

Já para a manicure Danielle de Oliveira Ferreira Marumo, 26, os desafios são ainda maiores. Depois de terminar o curso de qualificação pelo Projovem Trabalhador na área de Auxiliar Administrativo, ela decidiu ingressar na faculdade. “O curso abrange uma extensa área de atividade. Como sou manicure, esse curso também em ajudou na organização do meu trabalho e me ajudará em qualquer atividade em que eu queira atuar”, observa. Danielle também recebeu oferta de emprego e aguarda para ingressar na atividade. ““É uma área em que eu sempre trabalhei e gosto. Agora estou preparada para o mercado de trabalho”, conclui.

A solenidade de formatura do Projovem Trabalhador – Juventude Cidadã, em Assaí, contou também com a presença do ex-prefeito Michel Ângelo Bomtempo, o Tuti; do presidente da Associação Comercial e Industrial de Assaí, empresário José Paulo Martins; do padre Wagner Zacarias, do chefe do Escritório Regional da SETS/Cornélio Procópio, Helvécio Alves Badaró; do gerente da Agencia do Trabalhador local, Amâncio Nemoto, equipe da SETS, representantes da empresa executora do curso, instrutores e familiares dos formandos.

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