fake news

Fake news atentam contra a democracia, diz Romanelli

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) disse que as fake news atentam contra a democracia e é necessário reforçar o combate contra as notícias falsas que já grassam na pandemia do coronavírus e, comumente, são usadas durante o processo eleitoral.

“Precisamos combater as fake news. É necessário debater e abordar a disseminação de notícias falsas no dia a dia da sociedade, com ênfase no impacto negativo desse fenômeno nos processos democrático e eleitoral brasileiros, bem como na vida dos cidadãos”, disse Romanelli nesta terça-feira, 15, na audiência pública que debateu a questão.

Romanelli observa que há várias ações conjuntas para combater as desinformações que se expandiram com as redes sociais. O deputado lembra que tramita no Congresso Nacional, o projeto que propõe a criação da lei de liberdade, responsabilidade e transparência na internet justamente para combater a divulgação de informações falsas.

Há uma intensa campanha das empresas de comunicação para conscientizar a população de que antes de compartilhar qualquer informação, se deve checar sua veracidade.

“Não dúvida, não compartilhe. Todos têm o direito de expressar opinião, mas isso deve ser feito de maneira responsável, sem prejuízo para a democracia e para o processo eleitoral”, alerta Romanelli.

Gralha Confere

O presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), desembargador Tito Campos de Paula lembra que as fake news não são um fenômeno novo. Mas que, por conta da internet, ganham mais velocidade, o que facilita a divulgação de notícias falsas.

“Desde os panfletos apócrifos que eram distribuídos nas casas até os dias atuais, o que muda é a estratégia. O que antes era feito na surdina, hoje é feito nas redes sociais e se propaga em poucos minutos, por todo o planeta”, avalia.

“A questão é educacional. Todos precisam se conscientizar dos riscos que as fake news representam”, alerta Tito Campos que informou que o TRE desenvolveu o Gralha Confere que pode aumentar o potencial informativo do processo eleitoral em âmbito regional, subsidiar a cobertura jornalística das eleições, esclarecer os eleitores e manter a integridade do pleito, por meio de métodos internacionais de checagem jornalística.

Assim, segundo o desembargador, o TRE-PR pretende minimizar a esfera de influência da desinformação no Paraná. “As checagens, restritas a conteúdos relacionados ao processo eleitoral, à segurança do voto eletrônico e à legitimidade da Justiça Eleitoral, baseiam-se em dados oficiais e em informações fornecidas pelo Conselho Editorial e Consultivo, formado pelos gestores da instituição”, explica.

Participaram do debate, além dos deputados Romanelli, Professor Lemos(PT) e Zeca Dirceu (PT) e do presidente do TRE, Tito Campos; o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Cássio Lisandro Telles; a vereadora curitibana, Professora Josete (PT); o analista do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Gustavo Luiz von Bahten; o engenheiro Leandro José Grassmann, presidente do Senge (Sindicato dos Engenheiros); o pesquisador Jonas Valente e o diretor do documentário “Pulsão: das ruas às fake news”, Diego Florentino.

Assembleia Legislativa debate combate a fake news nas eleições

“Eleições municipais no Brasil: o combate às fake news e manipulação das redes sociais” é o tema de uma audiência pública que acontece de forma on-line, nesta terça-feira (15) na Assembleia Legislativa do Paraná.

O encontro é uma proposição dos deputados Luiz Claudio Romanelli (PSB) e Professor Lemos (PT) e terá início às 11 horas com transmissão ao vivo pela TV Assembleia (canais 10.2 em tv aberta e 16 pela Claro/Net), site e redes sociais do Legislativo.

Participará do debate o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), desembargador Tito Campos de Paula, que falará das ações para o combate às fake news e sobre a campanha do Tribunal Superior Eleitoral de combate à desinformação com a mensagem “Se for fake news, não transmita”.

O objetivo da campanha é abordar a disseminação de notícias falsas no dia a dia da sociedade, com ênfase no impacto negativo desse fenômeno nos processos democrático e eleitoral brasileiros, bem como na vida dos cidadãos.

Também participarão da audiência, o pesquisador de redes sociais e regulação das fake news, Jonas Valente; e o diretor do documentário “Pulsão: das ruas às fake news”, Diego Florentino.

Justiça manda Facebook e Twitter excluírem fake news contra Romanelli

O juiz Wolfgang Werner Jahnke, do 5º Juizado Especial Cível de Curitiba, determinou ao Facebook e ao Twitter a exclusão das notícias falsas (fake news) contra o deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB). A decisão desta terça-feira, 10, deu prazo de cinco dias para que as duas redes sociais removam os conteúdos das URL’s que constam na ação movida pelo deputado.

Romanelli disse que foi alvo das milícias que propagam as fake news nas redes sociais que deturparam uma notícia sem qualquer relação com o deputado. “Entrei com uma ação na Justiça que concedeu liminar para a remoção dos conteúdos. Esse tipo de postagem busca, única e e exclusivamente, o assassinato de reputações de quem não concorda com a pregação do ódio que hoje campeia em parte das redes sociais”, disse Romanelli.

“Aliás, políticos são o alvo preferencial dessa gentalha que se especializou em espalhar falsidades e manipular parte da opinião pública. A justiça faz mais do que bem em barrar esse tipo de crime”, completa Romanelli.

Na sua decisão, o juiz afirma que “tais postagens no Twitter e no Facebook vêm causando abalo à imagem e honra do autor, ainda mais considerando a quantidade de curtidas e visualizações”.

O juiz Jahnke afirma na liminar que as postagens em questão agravam “mais ainda a situação do autor (Romanelli), torna-se necessária nesta fase processual a concessão parcial da liminar pleiteada para que as requeridas retirem as postagens no que se refere à pessoa do autor, para evitar maiores abalos e prejuízos a imagem e honra do autor”.

Leia a íntegra da decisão

  1. Informe o autor no prazo de 10 dias úteis se em razão do boletim de ocorrência de mov. 1.5 chegou a ser instaurado inquérito policial e o resultado de tal inquérito.
  2. Da mesma forma, informe o autor no prazo de 10 dias úteis se tem conhecimento se da apreensão do veículo caminhão em discussão foi instaurado inquérito policial e o resultado de tal inquérito.
  3. Deverá informar ainda o autor se tem conhecimento do nome da pessoa física ou jurídica que consta como proprietária do veículo caminhão em discussão perante o DETRAN.
  4. Ao clicar nas URL´s relacionadas no mov. 1.1 (p. 10/11) não consegui visualizar nem acessar o conteúdo das URL´s relacionadas nos itens de nº 3, 6, 22, 25, 26, 27, 29, 33 e 34, eis que constava que o conteúdo não estava disponível no momento. Assim, comprove o autor no prazo de 10 dias úteis através de
    documento hábil que tais URL´s dizem respeito aos fatos em discussão nestes autos.
  5. Ao clicar nas URL´s mencionadas nos itens de nº 21 e 36 mov. 1.1 (p. 10/11) não verifiquei que o conteúdo faça menção aos fatos em discussão nestes autos ou que haja menção ao nome do autor. Assim, comprove o autor no prazo de 10 dias úteis através de documento hábil que tais URL´s dizem respeito aos fatos em discussão nestes autos.
  6. LUIZ CLAUDIO ROMANELLI requereu a concessão de liminar para que as empresas requeridas retirem o conteúdo de vídeos postadas na rede social FACEBOOK e TWITTER, alegando para tanto que foram utilizadas imagens de uma reportagem feita no Mato Grosso do Sul tendo por objeto caminhão
    apreendido por suposto envolvimento com o crime de tráfico de drogas, sendo que o autor nem ninguém de sua família tem ligação algum com este veículo.
    Alegou que tais fatos estão sendo publicados e replicados nas redes como se fosse atual e verdadeiro, gerando abalos à sua honra bem como prejuízos à sua reputação e imagem. Alegou que comunicou as empresas requeridas, mas Twitter Brasil não se manifestou e a requerida Facebook Serviços alegou necessitar de ordem judicial para remoção das URL´s. Alegou ser necessária a concessão da liminar, eis que o conteúdo de tais vídeos vem lhe causando abalos morais e psicológicos, além de sua imagem estar sendo destruída a cada dia que passa.

É o breve relato.
Conforme se verifica nas URL´s (Uniform Resource Locators) de itens de nº 1, 2, 4/5, 7/20, 23/24, 28, 30/32, 35, 37/40 relacionadas no mov. 1.1 verifica-se que em contas do twitter e do facebook houve a postagem/inserção de vídeos de uma reportagem nos quais é noticiada a apreensão pela Polícia Civil de um caminhão que estaria a transportar drogas ilícitas. O vídeo em si não menciona a participação do autor no transporte de tais drogas e sequer mencionou o nome do autor. Mas, tanto no twitter como no facebook constam legendas e afirmações por escrito no sentido de que caminhão era da empresa do Deputado Luiz Claudio Romanelli. No mov. 1.1 (p. 7) consta um “print” de imagem de umas das URL contendo tal legenda.

Na parte frontal e lateral do caminhão constam adesivos de que tal caminhão estava a serviço de “Romanelli novos conceitos novo caminho”. Mas, o autor informou que tal veículo não era de sua propriedade e nem da empresa Romanelli Equipamentos Rodoviários de Cambé. E, conforme o comunicado da Polícia Civil de 10.11.2017 no link constante no mov. 1.1 (p. 2 – “https://goo.gl/DqQQhL”) não há indicativo que tal caminhão prestava serviço à empresa Romanelli.

E, perante a autoridade policial (mov. 1.6) o autor negou ser proprietário de tal veículo.

Da análise do contido nos autos nesta fase processual não se vislumbra que o autor tenha ligação ou alguma participação no transporte de tais drogas ilícitas, motivo pelo qual em tese se afigura como conduta indevida associar ou relacionar o autor ao transporte de tais drogas como está ocorrendo nas URL´s acima mencionadas. Observar que o a liberdade de expressão prevista na CF/88 não é ilimitada e não autoriza postar/repassar mensagens em tese inverídicas.

Tais postagens se afiguram supostamente como ofensivas à imagem e honra do autor, ainda mais considerando que o mesmo exerce o cargo de Deputado Estadual. Considerando que tais postagens seja no Twitter, seja no Facebook, vem causando abalo à imagem e honra do autor, ainda mais considerando a quantidade de “curtidas” e visualizações, o que agrava em tese mais ainda a situação do autor, torna-se necessária nesta fase processual a concessão parcial da liminar pleiteada para que as requeridas retirem as postagens no que se refere à pessoa do autor, para evitar maiores abalos e prejuízos a imagem e honra do autor, ainda mais que na fase extrajudicial não conseguiu o autor excluir o conteúdo de tais URL´s perante os requeridos.

Diante do exposto, nos termos do art. 300, caput, do CPC, concedo parcialmente a liminar pleiteada pelo autor para determinar que a requerida Twitter Brasil Rede de Informação Ltda. no prazo de 05 dias úteis a contar de sua intimação, prazo hábil para tal finalidade, efetue a remoção do conteúdo das URL’s indicadas nos itens “1” e “2” da p. 10 do mov. 1.1, sob pena de multa diária de R$ 100,00 (cem reais).

Ressaltar que não é para a referida requerida excluir/bloquear/desabilitar as contas indicadas mas, somente para remover o conteúdo da referida conta a que se refere às URL´s indicadas no parágrafo anterior.

E, determino que o requerido FACEBOOK SERVIÇOS ONLINE DO BRASIL LTDA. no igual prazo de 05 dias úteis a contar de sua intimação, prazo hábil para tal finalidade, efetue a remoção do conteúdo das URL´s mencionadas nos itens de nº 4/5, 7/20, 23/24, 28, 30/32, 35, 37/40 do mov. 1.1 (p. 10/11).

Ressaltar que não é para o referido requerido excluir/bloquear/desabilitar as contas indicadas mas, somente para remover o conteúdo da referida conta a que se refere às URL´s indicadas no parágrafo anterior

Salientar que a liminar concedida não tem caráter irreversível.

  1. No mais, aguarde-se a realização da audiência de conciliação designada para 22.10.2019, às 14:30 horas.

Curitiba, 10 de setembro de 2019
Wolfgang Werner Jahnke
Juiz de Direito Supervisor

Fake News

“As mídias sociais deram o direito à fala a legiões de imbecis que, anteriormente, falavam só no bar. O drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade” – Umberto Eco

Luiz Claudio Romanelli

O interessante é que eu já abordei por diversas vezes o perigo que se transformou a internet com os “fake news”, (notícias falsas) infelizmente novamente fui vítima da mesma notícia falsa criada em 2017.

Em entrevista ao El Pais, para falar sobre seu novo romance The Golden House, o escritor Salman Rushdie diagnosticou com precisão os tempos que vivemos: ”São tempos de uma cultura da ignorância agressiva. Na Internet coexistem no mesmo nível de autoridade as verdades e as mentiras”, disse.

As redes sociais, especialmente o Twitter, Facebook e o Whatsapp, criados para ser plataformas de interação, estão se transformando em território livre para disseminação de mentiras e todo tipo de ódio.

Esse é um assunto que ganhou relevância a partir da ultima eleição presidencial norte-americana, marcada pela criação de sites dedicados a difundir fake news e a “plantar” rumores falsos no Facebook. Entre os boatos difundidos, mentiras de que o presidente Obama era muçulmano radical e gay.

O Congresso dos Estados Unidos abriu várias investigações sobre o tema e o Facebook encontrou mais de três mil perfis que compravam publicidade para incentivar o clique nesse tipo de conteúdo.

Aqui não foi diferente, uma verdadeira guerrilha tomou conta da última eleição presidencial e de lá pra cá só piorou. Oportunistas e mal intencionados usam as redes sociais para atacar, ofender e se possível arrasar com reputações de quem ousa pensar diferente ou contra quem consideram adversários e mesmo inimigos. Muitos perderam qualquer noção de civilidade e de respeito e revelam nas redes sua falta de caráter e seus piores preconceitos. Artistas e jornalistas negros foram vitimas de manifestações racistas. Muitos são crucificados nas redes sociais por manifestarem-se contrariamente ou a favor ao de alguém ou de algum tema. Nas redes é cada vez mais intensa a campanha de ódio fomentada por milícias digitais disfarçadas de movimentos apartidários.

Aliás, políticos são o alvo preferencial dessa gentalha que se especializou em espalhar falsidades e manipular parte da opinião publica.

Semana passada fui novamente alvo de uma dessas milícias, que patrocinou posts em que me retratava como traficante de drogas. A ação foi orquestrada por gente acostumada a bater e esconder a mão, escória da escória. A malta assanhou-se novamente e engendrou nova armação. Usaram imagens de uma carreta de transporte de asfalto apreendida com drogas proveniente de Naviraí (MS), cuja empresa não é de minha propriedade e nem dos meus familiares. O caminhão não é de fabricação da empresa Romanelli de Cambé, mas graças à manipulação e à mentira espalhou-se nas redes sociais que sou bandido e traficante de drogas e armas, para o MST e sindicatos.

Já tomei das providencias necessárias para identificar os autores da infâmia e eles serão acionados judicialmente, assim como os que irresponsavelmente reproduziram a mentira. sem apuração nem checagem.

Para assassinar reputações, nada mais eficaz do que uma mentira baseada em verdades ou sutilmente envolta nelas. Conceitos como pós-verdade, pós-mentira e pós-censura e revela como acontece a popularização das crenças falsas.

Embora hoje tudo seja verificável e não seja fácil mentir, ele mostra que essa dificuldade pode ser superada com dois elementos básicos: “a insistência na asseveração falsa, apesar dos desmentidos confiáveis; e a desqualificação de quem a contradiz. E a isso se soma um terceiro fator: milhões de pessoas prescindiram dos intermediários de garantias (previamente desprestigiados pelos enganadores) e não se informam pelos veículos de comunicação rigorosos, mas diretamente nas fontes manipuladoras (páginas de Internet relacionadas e determinados perfis nas redes sociais)”.

Segundo ele, vivemos “a paradoxal situação de que as pessoas já não acreditam em nada e ao mesmo tempo são capazes de acreditarem em qualquer coisa”.

Um dos grandes desafios para a nossa sociedade e para a política, será combater a proliferação de noticias falsas.

Tenho refletido sobre uma forma de responsabilizar o que circula na internet, e ao mesmo tempo garantir a liberdade de expressão e manifestação do pensamento: “CF 88, art. 5º, inciso IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. Na nossa Constituição esse é um direito fundamental, cláusula pétrea. Como mitiga-lo? É simples, o mesmo dispositivo proíbe o anonimato, portanto se a Lei passasse a exigir, todo texto, vídeo, ou foto, que fosse produzido, deveria ter a identificação do responsável e a data da sua produção. Certamente as empresas detentoras das redes sociais passariam a ser responsabilizadas e teriam que agir rapidamente para reparar os danos causados pelas Fake News.

Aos navegantes, especialmente aos que usam as redes sociais para destilar seu ódio e mau caratismo, uso a sabedoria popular: os cães ladram e a caravana passa. Vocês não passarão.

01/05/2018 imprensa Comentários desativados em As fake news ameaçam a lisura das eleições e a democracia

As fake news ameaçam a lisura das eleições e a democracia

“Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário”. (George Orwell)

Duas notícias publicadas nos últimos dias chamaram minha atenção. A primeira foi publicada pela BBC Brasil. Intitulada “Três casos de fake news que geraram guerras e conflitos ao redor do mundo”, narra alguns casos de falsas notícias, compiladas pela jornalista ucraniana Olga Yurkova e apresentadas durante a palestra inaugural do TED 2018, série de conferências realizada em abril em Vancouver, no Canadá.

Olga é cofundadora do site StopFake, organização de comprovação de fatos em 11 idiomas. Para ela, as fake news são “uma ameaça à democracia e à sociedade”.

“As pessoas já não sabem o que é real e o que é falso. Muitas deixaram de acreditar e isso é ainda mais perigoso.”

Um dos casos relatados por Olga é sobre a história do menino crucificado na Ucrânia, uma falsa notícia produzida pelos russos e que foi decisiva para o conflito entre os dois países.

Esta notícia distribuída pela mídia russa contava o caso de Galyna Pyshnyak, apresentada como uma refugiada russa. Ela era na verdade a mulher de um militante pró-russo.

“Uma refugiada de Sloviansk se lembra de como uma criança e a mulher de um miliciano foram executadas na frente dela”, disse o canal de TV estatal Channel One Russia em 12 de julho de 2014, em meio à recém-estourada guerra de Donbass, no leste da Ucrânia, entre tropas ucranianas e forças pró-russas separatistas.

Aos prantos, a mulher aparecia contando que soldados ucranianos haviam crucificado publicamente um menino de três anos de idade diante de sua mãe, “como se ele fosse Jesus”, enquanto o garotinho gritava, sangrava e chorava.

“As pessoas desmaiavam. O menino sofreu durante uma hora e meia e depois morreu. Em seguida, foram para sua mãe”, disse ela.

Mas tudo era mentira.

A história do menino crucificado não apenas enganou a muitos na Ucrânia e na Rússia, mas também os motivou a “pegar em armas”, disse Yurkova.

Por isso, adverte ela, as notícias falsas “são uma ameaça à democracia e à sociedade”.

Outra notícia, publicada pela Gazeta do Povo revela que, para chamar a atenção para o aumento das informações falsas e de vídeos falsos que circulam pelas redes sociais, o diretor americano Jordan Peele fez um vídeo no qual o ex-presidente Barack Obama aparece fazendo uma série de afirmações falsas.

No meio do filme, porém, Peele, que ganhou o Oscar de melhor roteiro neste ano pelo filme “Corra!”, revela que as imagens foram manipuladas usando programas de efeitos especiais, e que as falas foram criadas e ditas por ele e acrescentadas às imagens de Obama.

A verdade é que cada vez mais somos bombardeados, especialmente nas redes sociais, com informações falsas e mentirosas, uma espécie de erva daninha da era digital.

Já fui vitima de uma noticia falsa, criada com o claro objetivo de me prejudicar politicamente. Mas me preocupa até que ponto as fake news poderão influenciar o resultado das eleições e como a Justiça Eleitoral agirá contra os que disseminam essas falsas noticias- “criadas a partir de personagens conhecidos, mas com suas falas inventadas, para confundir leitores, e amplificar sentimentos de rejeição ao alvo escolhido”, na precisa definição do El Pais Brasil, que vem se dedicando a estudar o fenômeno e a compartilhar a opinião de estudiosos sobre o tema.

Segundo o filósofo Pablo Ortellado, que gerencia o Monitor do debate político no meio digital, o conceito mais adequado para descrever o que está acontecendo hoje no Brasil é “uma guerra de informação travestida de jornalismo”, na qual há uma imprensa dita alternativa ultra engajada disputando o espaço com a grande imprensa, que também está engajada nessa batalha. “As fake news não são a doença, e sim o sintoma. A doença é a polarização política. E em época de eleição, com dinheiro jogado nessa polarização, a tendência é piorar. Se em 2014 já foi bem sujo, em 2018 vai ser pior”, explica em entrevista ao El Pais Brasil.

Claire Wardle, jornalista norte-americana, diretora executiva da First Draft News, um projeto da Universidade de Harvard especializado em buscar estratégias para combater as fake news diz que o Brasil reúne as características que o deixam suscetível à manipulação. “Primeiro porque é um país muito dividido, e não apenas politicamente como também em assuntos culturais e sociais. Em situação assim, as pessoas são menos críticas com a informação que encontram. Se alguma coisa reafirma suas crenças, é provável que você acredite e compartilhe. E os brasileiros, que são grandes usuários das redes sociais, adoram compartilhar. Os aplicativos de mensagens são lugares onde se distribui desinformação e, por estarem criptografados, é mais difícil que jornalistas ou verificadores de informação saibam o que vem circulando. É mais difícil desmentir as notícias falsas a tempo”, analisa.

Os especialistas são unanimes em dizer que as fake news já estão contaminando o debate político no país há algum tempo e têm colaborado para piorar a qualidade da política e das relações sociais.

Recentemente, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, afirmou que a Corte vai agir de formas preventiva e punitiva contra a disseminação de notícias falsas. “Uma propaganda que visa destruir candidatura alheia pode gerar uma configuração de abuso de poder que pode levar a uma cassação”, disse.

O ministro reforçou que o Tribunal formou comitês de inteligência de imprensa para acompanhar o processo eleitoral com foco na disseminação de notícias falsas. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o Exército e Polícia Federal participam do comitê de inteligência. Fux destacou que o Ministério Público acompanha os trabalhos e que o Judiciário só atua quando é provocado.

Sinceramente, tenho minhas dúvidas sobre a eficiência dessa fiscalização. Acredito que é preciso uma legislação específica para combater a sistemática propagação de fake news com fins políticos, com multas bem pesadas para quem criar e disseminar notícias falsas.

Em tempo: nada a comemorar neste 1º de maio: Saíram os dados da PNAD contínua de março. Uma catástrofe social. O número de desocupados aumentou 12,3 milhões para 13,7 milhões. Um aumento de 1, 4 milhão de desempregados, em relação ao trimestre móvel anterior. A taxa de desemprego subiu, no mesmo período, de 11,8% para 13,7%. O número de empregados com carteira caiu 408 mil. Foi para isso que serviu a Reforma Trabalhista?

Boa Semana! Paz e Bem!

13/11/2017 imprensa Comentários desativados em Fake News

Fake News

Interessante que eu já abordei por diversas vezes o perigo que se transformou a internet com os “fake news” (notícias falsas), infelizmente agora a vítima fui eu mesmo.

Em entrevista ao El Pais, para falar sobre seu novo romance The Golden House, o escritor Salman Rushdie diagnosticou com precisão os tempos que vivemos: ”São tempos de uma cultura da ignorância agressiva. Na Internet coexistem no mesmo nível de autoridade as verdades e as mentiras”, disse.

As redes sociais, especialmente o Facebook e o Whatsapp, criados para ser plataformas de interação, estão se transformando em território livre para disseminação de mentiras e todo tipo de ódio.

Esse é um assunto que ganhou relevância a partir da ultima eleição presidencial norte-americana, marcada pela criação de sites dedicados a difundir fake news e a “plantar” rumores falsos no Facebook. Entre os boatos difundidos, mentiras de que o presidente Obama era muçulmano radical e gay.

O Congresso dos Estados Unidos abriu várias investigações sobre o tema e o Facebook encontrou mais de três mil perfis que compravam publicidade para incentivar o clique nesse tipo de conteúdo.

Aqui não é diferente. Oportunistas e mal intencionados usam as redes sociais para atacar, ofender e se possível arrasar com reputações de quem ousa pensar diferente ou contra quem consideram adversários e mesmo inimigos. Muitos perderam qualquer noção de civilidade e de respeito e revelam nas redes sua falta de caráter e seus piores preconceitos. Artistas e jornalistas negros foram vitimas de manifestações racistas. Muitos foram crucificados nas redes sociais por manifestarem-se contrariamente ao impeachment da Dilma, ela vítima também de uma intensa campanha de ódio fomentada por milícias digitais disfarçadas de movimentos apartidários.

Aliás, políticos são o alvo preferencial dessa gentalha que se especializou em espalhar falsidades e manipular parte da opinião publica.

Há duas semanas, quando me manifestei contra o projeto inconstitucional da escola sem partido, fui alvo de uma dessas milícias, que patrocinou posts em que me retratava como inimigo da família. A ação foi orquestrada por gente acostumada a bater e esconder a mão, escória da escória.

Neste fim de semana, a malta assanhou-se novamente e engendrou nova armação. Usaram imagens de uma carreta de transporte de asfalto apreendida com drogas proveniente de Naviraí (MS), cuja empresa não é de minha propriedade e nem dos meus familiares. O caminhão não é de fabricação da empresa Romanelli de Cambé (PR), mas graças à manipulação e à mentira espalhou-se nas redes sociais que somos bandidos e traficantes de drogas e armas, para o MST e sindicatos.

Já tomei das providências necessárias para identificar os autores da infâmia e eles serão acionados judicialmente, assim como os que irresponsavelmente reproduziram a mentira. sem apuração nem checagem.

Para assassinar reputações, nada mais eficaz do que uma mentira baseada em verdades ou sutilmente envolta nelas, ensina Álex Grijelmo, autor do livro La Información del Silencio. Cómo se Miente Contando Hechos Verdaderos (A Informação do Silêncio. Como se Mente Contando Fatos Verdadeiros). Na obra, ele explica conceitos como pós-verdade, pós-mentira e pós-censura e revela como acontece a popularização das crenças falsas.

Embora hoje tudo seja verificável e não seja fácil mentir, ele mostra que essa dificuldade pode ser superada com dois elementos básicos: “a insistência na asseveração falsa, apesar dos desmentidos confiáveis; e a desqualificação de quem a contradiz. E a isso se soma um terceiro fator: milhões de pessoas prescindiram dos intermediários de garantias (previamente desprestigiados pelos enganadores) e não se informam pelos veículos de comunicação rigorosos, mas diretamente nas fontes manipuladoras (páginas de Internet relacionadas e determinados perfis nas redes sociais)”.

Segundo ele, vivemos “a paradoxal situação de que as pessoas já não acreditam em nada e ao mesmo tempo são capazes de acreditarem em qualquer coisa”.

Na antevéspera das eleições, um dos grandes desafios para os políticos e para o TSE será combater a proliferação de noticias falsas.

Aos navegantes, especialmente aos que usam as redes sociais para destilar seu ódio e mau caratismo, uso a sabedoria popular: os cães ladram e a caravana passa. Vocês não passarão.

Boa Semana! Paz e Bem!

*Luiz Claudio Romanelli (PSB) é deputado estadual, líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná.

Scroll to top