violência contra a mulher

Deputados querem dados sobre a violência contra à mulher no Paraná

A Assembleia Legislativa aprovou nesta segunda-feira, 21, requerimento da deputada Cristina Silvestri (CDN), procuradora da Mulher no legislativo, em que solicita a Secretaria de Segurança Pública os números oficiais de ocorrências registradas no segundo e terceiro trimestres deste ano em decorrência de violência contra a mulher.

O requerimento é assinado ainda pelas deputadas Luciana Rafagnin (PT) e Mabel Canto (PSC) e pelos deputados Boca Aberta Jr (Pros), Delegado Fernando Martins (PSL), Emerson Bacil (PSL), Gilson de Souza (PSC), Goura (PDT), Luiz Claudio Romanelli (PSB), Professor Lemos (PT), Soldado Fruet (Pros) e Tercilio Turini (CDN). Os deputados também querem informações referentes ao número de mortes ocorridas no Paraná, no mesmo período, para verificar a quantidade de feminicídios no Estado, como divulgado pela Secretaria de Segurança  no primeiro trimestre deste ano.

Transparência – Romanelli defende a importância dos dados que devem ser incluídos nos canais de comunicação da segurança pública estadual para que os órgãos de proteção aos direitos das mulheres possam desenvolver políticas de enfrentamento a esse tipo de violência.

Segundo Romanelli, a deputada Cristina Silvestri solicitou os dados em abril desse ano, mas a Sesp informou que já os disponibilizava de forma periódica por trimestre.

“O relatório de mortes foi divulgado no portal da Sesp, mas somente relativo ao primeiro trimestre de 2020. Precisamos desses dados, pois não se faz políticas públicas sem informação e elas são de extrema importância para o enfrentamento à violência contra a mulher”, diz.

Ainda segundo ele, a Secretaria de Segurança apresentou a possibilidade de um informe semanal a cada quarta-feira com os dados estatísticos. O requerimento foi encaminhado ao secretário Rômulo Marinho Soares.

Romanelli defende engajamento de toda sociedade no combate à violência contra a mulher

O deputado Romanelli (PSB) ressaltou nesta segunda-feira, 22, a importância do engajamento de toda a sociedade no combate à violência contra a mulher e ao feminicídio. “Combater a violência contra a mulher é uma questão absolutamente fundamental em Quatiguá, no Norte Pioneiro e em todo o estado. Nós temos uma mobilização estadual justamente para que possamos sair dessas estatísticas que envergonham a todos. O Paraná está em terceiro lugar nacional de violência contra a mulher”, disse Romanelli na abertura da mobilização ao Dia Nacional do Combate ao Feminicídio no Paraná.

No evento realizado em Quatiguá, no Norte Pioneiro, Romanelli afirmou que é preciso quebrar o ciclo de violência contra a mulher e denunciar as agressões. ‘Em 2018, foram 4.254 mulheres assassinadas no país. No Paraná, foram 61 feminicídios, crime motivado pelo fato de a vítima ser mulher. É preciso conscientizar as mulheres que vivem relacionamentos abusivos, denunciar e punir os agressores, antes que seja tarde demais”, reiterou.

A prefeita Adelina Parmezan (PTB), anfitriã do evento, destacou a importância do envolvimento de toda população no combate da violência contra a mulher. “Precisamos acabar com o feminicídio na cidade e no Estado. Eu estou comprometida com essa causa e agradeço ao deputado Romanelli e a todos os envolvidos nesta luta”, disse.

“A OAB de Santo Antonio da Platina em parceria com prefeitura de Quatiguá promovem esse evento com o objetivo de auxiliar a família das vítimas do crime de feminicídio. Nós prestamos orientação jurídica e assistência e apoio necessário”, completou Adelita.

Mortalidade – Romanelli citou pesquisa do Ministério da Saúde que aponta que as mulheres expostas à violência física, sexual ou mental têm um risco de mortalidade que equivale a oito vezes o da população feminina em geral.

Segundo o estudo, que analisou cerca de 800 mil notificações de violência contra mulheres feitas por serviços de saúde e 16,5 mil mortes associadas a elas no período entre 2011 e 2016, as mulheres expostas à violência crônica, como a doméstica, adoecem muito mais,

As mulheres representaram 70% das 243.259 vítimas de violência que procuraram o SUS em 2016 para atendimento médico. A maioria das agressões (70%) ocorreu em casa. Em 28% dos casos, a violência era de repetição.

Integração – Romanelli defende a integração entre os órgãos públicos para prestar uma assistência adequada às mulheres vítimas de violência.“ A Assembleia criou a Procuradoria da Mulher, recém-instalada que está fazendo um trabalho de articulação com os municípios. É importante que no momento em que o sistema de saúde constata a violência doméstica, outros órgãos do Estado sejam notificados e mobilizados’, disse.

“A mulher precisa receber assistência social e psicológica, a própria polícia precisa ser avisada porque muitas vezes uma ronda policial próximo à casa do agressor já inibe a violência“, completou

Em Quatiguá, o dia de conscientização foi uma iniciativa da prefeitura, da Ordem dos Advogados do Brasil de Santo Antonio da Platina, Secretaria da Justiça, Família e Trabalho, Senac e Assembleia Legislativa.

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