tarifas de pedágio

Romanelli propõe audiências públicas para evitar novo “pedágio goela abaixo”

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) propôs nesta quarta-feira, 25, a mobilização da sociedade paranaense através de audiências públicas, entre outros meios, para evitar que a modelagem do novo pedágio venha ser pela outorga ou sistema híbrido conforme proposto pelo governo federal, e sim pela menor tarifa como defendem os deputados estaduais e federais .

“Quando argumentam que taxa de outorga é garantia de obra é a maior falácia. Foi criado um factóide e precisamos desmentir isso. Não adianta apenas falar sobre redução do preço de tarifa. Precisamos de uma regra que garanta tarifa justa”, disse Romanelli na reunião da frente parlamentar do pedágio.

Os deputados da frente que aprovaram outras seis propostas: elaboração de um calendário de reuniões regionais presenciais (o que inclui as audiências), reunião em Brasília com o ministro de Infraestrutura (Tarcísio de Freitas), deputados federais e estaduais, manifestação pública dos deputados e da sociedade, campanha publicitária, votação na Alep de dois projetos de lei a respeito, e ações judiciais para que a EPL (Empresa de Planejamento e Logística) e ao DER (Departamento de Estradas de Rodagem) entreguem os documentos das propostas em estudo.

Faz-de-conta

Romanelli defende as audiências públicas para orientar e esclarecer à sociedade paranaense o andamento, a forma e o modelo de concessão que o governo federal pretende adotar a partir de novembro de 2021. Segundo o deputado, é necessário se antecipar e fazer os encontros regionais, para que os usuários das rodovias não sejam atropelados e obrigados a engolir tarifas de pedágio caras como as que estão em prática atualmente.

Segundo Romanelli, o governo federal, por meio da EPL, vai querer fazer as audiências no momento em que for interessante a ele, num jogo de “faz-de-conta”. “Ou mobilizamos a sociedade fortemente para que todos saibam do que estamos tratando ou seremos atropelados. Precisamos nos antecipar e mobilizar a sociedade para mostrar o que realmente está acontecendo no Paraná”.

“Não podemos aceitar que empurrem goela abaixo, um sistema que, na verdade, cria mais um imposto aos paranaenses e não muda nada do atual modelo que nos rouba na cara dura. Pior, vão aumentar mais as rodovias pedagiadas, de 2,5 mil quilômetros para 4 mil quilômetros”.

A Frente Parlamentar do Pedágio já solicitou à EPL a apresentação de informações para garantir transparência e lisura no processo de licitação. Mas, até o momento, a empresa se recusa a atender às convocações dos deputados. As atuais concessões vencem em novembro de 2021.

Integram a Frente Parlamentar dos Pedágios os deputados Arilson Chiorato (PT) como coordenador, Anibelli Neto (MDB), Boca Aberta Jr (Pros), Dr. Batista (DEM), Gilson de Souza (PSC), Goura (PDT), Homero Marchese (Pros), Delegado Jacovós (PL), Luciana Rafagnin (PT), Luiz Carlos Martins (PP), Luiz Claudio Romanelli (PSB), Luiz Fernando Guerra (PSL), Mabel Canto (PSC), Maria Victoria (PP), Requião Filho (MDB), Paulo Litro (PSDB), Professor Lemos (PT), Soldado Adriano Jose (PV), Soldado Fruet (Pros), Subtenente Everton (PSL), Tadeu Veneri (PT), Tercílio Turini (CDN) e Reichembach (PSC).

Pedágio pode ter lesado paranaenses em R$ 3 bilhões

“Eu já sabia!”, disse nesta terça-feira, 10, o deputado Romanelli (PSB) sobre os erros encontrados pela Agepar nos cálculos das tarifas do pedágio. O rombo, segundo a agência, pode chegar a R$ 3 bilhões. “Desde o início das concessões, denuncio que os contratos são lesivos, que falta transparência no cálculo das tarifas, que os aditivos foram feitos a revelia do interesse público e que as principais obras previstas não seriam executadas até 2021”, completa Romanelli.

Em 2019, até esta terça-feira, as seis concessionárias de pedágio já faturaram R$ 1,4 bilhão e em 2018, foram mais R$ 2,4 bilhões. Calcula-se que até o final dos contratos em 2021, o pedágio terá sangrado em R$ 21 bilhões a economia do Paraná. “Esse dinheiro fez muita falta aos paranaenses. Quantas estradas, ruas e avenidas poderiam ser pavimentadas? Quantas escolas, postos de saúde, creches e hospitais poderiam ser construídos?”, questiona o deputado.

Esses recursos provenientes das cobranças das tarifas, segundo Romanelli, ainda circulariam na economia do estado, aquecendo o comércio e os serviços. “É um prejuízo incalculável. O mesmo está acontecendo agora com os acordos de leniência, onde as concessionárias pagarão uma multa, farão algumas obras se der tempo, a tarifa é reduzida por um tempo determinado e elas estarão livres para participar da nova licitação dos 4,1 mil quilômetros de rodovias federais e estaduais no novo modelo de pedágio no Paraná”, disse.

Recálculo – Matéria da repórter Katia Brembatti na Gazeta do Povo adianta que a agência reguladora determinou que os cálculos sejam refeitos pelo DER e nesta altura dos contratos – faltando dois anos para o fim do prazo – o rombo de R$ 3 bilhões só poderia ser compensado com redução de tarifa. O cálculo da tarifa, segundo o jornal, envolve conceitos contábeis, econômicos e financeiros, como fluxo de caixa e taxa interna de retorno.

“O ponto de partida é um dos documentos que fazem parte dos contratos de concessão assinados em 1997, o anexo 8, que estabelece uma bonificação em caso de realização de algumas obras pré-definidas. Esse adicional teria sido considerado na expectativa de receita das concessionárias e teria tido efeito positivo para as empresas ao longo do contrato mesmo quando as obras não foram executadas”, escreve a repórter.

Como os contatos vencem em 2021, a compensação pode ser feita por meio de antecipação ou inclusão de obras. No cenário atual, a repórter sinaliza ainda que a devolução de dinheiro pode se dar com a “compensação em bens ou prorrogação da prestação de serviços sem cobrança.”

Nulidade – O Instituto Brasil Transportes (IBT) moveu uma ação contra as concessionárias do pedágio (Econorte, Viapar, Rodovia das Cataratas, Caminhos do Paraná, Rodonorte e Ecovia) que está pronta ser sentenciada na 2ª Vara Federal em Curitiba. O IBT defende a nulidade dos termos aditivos assinados entre as empresas e o Estado.

“Esta ação questiona todo esse modelo perverso de pedágio, com tarifas altas, alterações e aditivos feitos à revelia do interesse público”, disse Romanelli que votou contra as concessões em 1997 e desde então questiona o modelo de pedágio implantado no Paraná.

O advogado do IBT, Clóvis Costa, afirma que independente dos acordos de leniência já realizados ou “de outros que venham a ser realizados” não prejudicam “os pedidos de anulação apresentados na ação e o devido ressarcimento do Estado de todos os prejuízos sofridos pelos paranaenses”.

Aumento do pedágio da Econorte é um absurdo, diz Romanelli

O deputado Romanelli (PSB) criticou nesta segunda-feira, 29, a autorização da Agepar que aumentou o preço da tarifa de pedágio nas praças de Jataizinho e de Sertaneja, no Norte Pioneiro do Paraná. Os novos valores cobrados pela Econorte passaram a valer a partir do domingo (28). Para carros de passeio, a tarifa é de R$ 17,50 em Jataizinho, e de R$ 15,10, em Sertaneja. Na praça de Cambará, não houve reajuste.

Somente neste ano, as seis concessionárias – Ecocataratas, Viapar, Caminhos do Paraná, Rodonorte, Ecovia e Econorte – já faturaram R$ 933 milhões com um tráfego de 41,1 milhões de veículos nas praças de pedágio.

“Em dezembro, a Agepar já havia autorizado o reajuste anual para as demais cinco concessionárias, entre 6,66% a 8,4% , índice superior à inflação, que foi de 4,99% no ano. Agora, autoriza a Econorte a reajustar tarifas. É uma afronta. Um verdadeiro absurdo. É público e notório que a Econorte superfaturou as tarifas e está sendo investigada pela Lava Jato por inúmeras irregularidades. Deveria devolver dinheiro aos cofres públicos e não ser autorizada a aumentar tarifas”, diz o deputado.

Romanelli questiona também o acordo de leniência firmado pelo Ministério Público Federal e a CCR-Rodonorte, que prevê a indenização de R$ 750 milhões – metade convertida em redução de 30% da tarifa por um ano e outros R$ 350 milhões em obras, além de uma multa.

“O cálculo da corrupção, daquilo que a concessionária causou em prejuízo, segundo especialistas, passa de R$ 2,8 bilhões, ou seja, ficou barato para a CCR/Rodonorte. Além disso, o MPF excluiu do acordo de leniência a obrigação de executar a duplicação da BR-376, entre Ponta Grossa e Apucarana, a Rodovia do Café. Mais de 80 quilômetros dessa duplicação estão excluídos no termo de leniência. Pelo jeito, o MPF concorda que o crime compensa”, diz Romanelli.

BR-369 – Romanelli entrou com uma ação na Justiça Federal solicitando o fechamento da praça e a suspensão da cobrança do pedágio pela concessionária Econorte na BR-369 entre Cambará e Andirá, no Norte Pioneiro.

Assinada também pelo prefeito de Cambará, Neto Haggi (MDB), a ação está em análise pelo juiz Augusto César Gonçalves, da 6ª Vara Federal de Curitiba. “A praça foi reaberta há um mês. São 30 dias de prejuízos para o Norte Pioneiro e para o Paraná. A nossa expectativa é por uma decisão que atenda os interesses da população e do setor produtivo do Norte Pioneiro”, disse Romanelli.

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