Pedágio

Degrau tarifário já penaliza o Oeste do Paraná, afirma Romanelli

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) afirmou nesta quinta-feira, 11, que a região Oeste do Paraná já sofre com impactos causados pela aplicação do degrau tarifário nos preços de pedágio.

Em um trecho de 51 quilômetros da BR-277, administrado pela EcoCataratas, o valor cobrado para veículos leves tem uma diferença de 32%. Na viagem de Cascavel a Foz do Iguaçu, o motorista paga R$ 12,9 em Céu Azul para trafegar pela pista simples. No trecho de pista dupla, o valor sobe para R$ 17 na praça de São Miguel do Iguaçu.

“É um exemplo prático das muitas semelhanças e poucas diferenças entre o sistema de pedágio atual em relação ao modelo apresentado pelo governo federal. No projeto do Ministério da Infraestrutura, haverá uma cobrança de 40% de degrau tarifário após a conclusão das obras de duplicação. É um valor inaceitável”, diz Romanelli.

O presidente da Coopavel Cooperativa Agroindustrial, Dilvo Grolli, reforça as críticas de Romanelli ao modelo de concessão do governo federal.  “Essa é uma demonstração simples e irrefutável de que o novo modelo de concessão rodoviária, elaborado pelo governo federal, é a continuidade do que já temos hoje e que há 23 anos penaliza a economia do Paraná, especialmente a da região Oeste”, disse.

“Ou seja: o que estão propondo é mais do mesmo, ignorando todos os excessos, interferências políticas, aditivos, irregularidades e o fato de o Paraná pagar um dos pedágios mais caros do mundo”, acrescenta Dilvo Grolli.

Ao todo, o Ministério da Infraestrutura planeja conceder 3.327 quilômetros de rodovias estaduais e federais divididos em seis lotes com 42 praças de pedágio, 15 praças a mais do que atualmente. O período de concessão é de 30 anos.

MAIS CARO – Dilvo Grolli afirma que com o degrau tarifário no modelo que vem de Brasília o preço do pedágio vai, com os anos, ficar ainda mais caro do que se tem atualmente.

“Nas praças de pedágio entre Céu Azul e São Miguel, uma com pista simples outra duplicada, o aumento é de 32%, e o que eles propõem é degrau tarifário de 40% em trechos que vierem a ser duplicados”.

Entre Foz do Iguaçu e Paranaguá, 70% do percurso da BR-277 ainda não tem pista dupla, demonstrando o tamanho da tarifa, em função do degrau tarifário, que pesará nos ombros da economia do Oeste, que está a 750 quilômetros do Porto de Paranaguá.

O presidente da Coopavel diz que é contra o degrau tarifário porque há outros caminhos para buscar os recursos necessários a essas obras de aumento de capacidade de tráfego.

MENOR TARIFA – Além da implantação do degrau tarifário de 40%, Romanelli critica a cobrança de taxa de outorga e a limitação de 15% dos descontos nas tarifas.

“O Paraná quer a licitação por menor tarifa. Uma licitação transparente tem como critério único a apresentação dos menores preços de tarifas”, diz Romanelli.
   
“Defendemos a concessão pela menor tarifa possível, garantindo assim que essa cobrança não impacte, como já ocorre há mais de duas décadas, tão pesadamente do bolso de quem tanto trabalha e produz”, acrescenta o presidente da Coopavel.

OESTE – O Oeste, por meio de entidades como o POD (Programa Oeste em Desenvolvimento), Caciopar, Amop e uma centena de outras entidades, assinaram documento recentemente entregue ao presidente Jair Bolsonaro no qual apontam as razões de contrariedade ao modelo proposto pelo governo federal.

A luta é, além da menor tarifa, contra o regime de outorga onerosa e também contra o modelo híbrido. A mesma posição foi apresentada em encontro com o governador Ratinho Júnior e em recentes audiências públicas, realizadas na Acic em Cascavel e na Acifi em Foz do Iguaçu, organizadas pela Frente Parlamentar do Pedágio da Assembleia Legislativa do Estado.

Em Brasília, vamos dizer não a outorga no pedágio, diz Romanelli

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) defendeu nesta quarta-feira, 10, que a comitiva da frente parlamentar que vai a Brasília tem que ir como posição fechada nas reuniões técnicas na EPL, ANTT e Ministério da Infraestrutura. “Vamos lá dizer não a taxa de outorga”.

“O Paraná não aceita que tenha taxa de outorga na licitação, queremos uma licitação transparente e que a empresa que oferecer a menor tarifa é que vai ser a concessionária. Não adianta ir lá em Brasília e discutir o que é acessório, temos que, na verdade, discutir um modelo, que é o principal”, completou

Os ajustes e conversas, segundo Romanelli, são importantes, mas a questão central é o preço da tarifa, do modelo defendido pelo Paraná. “Não vi uma única pessoa até agora defender a taxa de outorga, ninguém. Não vamos pagar mais um tributo tributo para o governo federal

Sem tributo – O povo paranaense, diz ainda Romanelli, não é de segunda categoria. “Por que vamos ter que pagar R$ 6 bilhões, R$ 8 bilhões, R$ 9 bilhões para o governo federal durante 30 anos para poder ter rodovias no estado?”.

O pagamento desses valores não garante obra alguma, ao contrário, diz o deputado.  “Queremos licitação limpa, como os catarinenses tiveram, Rio Grande do Sul teve, pelo menor preço!

“Se for para Brasília tem que levar um manifesto da Assembleia Legislativa contra a outorga. Queremos o menor preço! Não adianta ficar fazendo reunião em Brasília se o governo federal não mudar a postura dele, com o ministro Tarcísio Freitas (Infraestrutura) se ele não quiser mudar (o modelo). A nossa posição tem que ser clara, não adianta subterfúgios”.

Se o pedágio não mudar, vai ter rebelião do setor produtivo, avisa Romanelli

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) afirmou nesta terça-feira, 9, que a cada dia aparecem mais questionamentos sobre a proposta apresentada pelo governo federal para as novas concessões de rodovias no Paraná. Segundo ele, há ainda muitas dúvidas a serem esclarecidas. Entre elas está a relação entre o volume de quilômetros acrescidos ao Anel de Integração e o número de praças de pedágio que se pretende criar.

Romanelli disse ainda, em entrevista aos jornalistas Claudio Osti e Fábio Silveira no canal Lugar da Fala, que nas audiências realizadas pela frente parlamentar até agora, principalmente em Cascavel, há um repúdio geral ao plano de concessão federal.

Lideranças do setor produtivo de Foz do Iguaçu e Cascavel afirmam ainda que vão se rebelar se a proposta federal não mudar.

Pela proposta do Ministério da Infraestrutura, haverá um acréscimo de 800 quilômetros ao Anel de Integração. Isso representa um aumento de 33% sobre o atual traçado, de 2,5 mil quilômetros. Em contrapartida, o número de praças de pedágio aumenta 55%. Serão 42 unidades de cobrança nos 3,3 mil quilômetros que serão concedidos, contra as 27 existentes hoje.

Romanelli também sustenta que o modelo de concessão que querem impor aos paranaenses não muda a lógica do que existe atualmente no Estado, com tarifas caras. O deputado lembra que os leilões realizados nos últimos anos no Brasil foram feitos pelo menor preço, enquanto ao Paraná se propõe uma nova sistemática, chamada de modelo híbrido, que inclui uma taxa de outorga.

“Me parece que criaram um modelo de negócio para garantir o direito das concessionárias, e não um modelo de concessão”, critica o parlamentar, salientando que prefixar os valores das tarifas do pedágio não garante a realização de obras. “Esta é uma experiência que vivenciamos no nosso Estado há quase 25 anos. O risco do modelo híbrido é o mesmo dos contratos atuais”.

MENOR TARIFA – Para o deputado Romanelli, a condução do processo de concessão deve ser pela menor tarifa. “Vamos deixar a economia de mercado prevalecer. Quem tiver mais eficiência oferece a menor tarifa e assume as responsabilidades pela concessão”, destaca ele. “Já há uma margem de lucro fixa na proposta de contrato de concessão”.

O deputado também questiona o aumento automático de 40% nas tarifas após a realização de obras de duplicação, que devem acontecer em até sete anos. “É mais uma paulada no lombo do usuário”, afirma o parlamentar. “Imagina a confusão que isso vai gerar na época do reajuste”.

Romanelli convoca lideranças para audiências sobre novo pedágio em Londrina e Cornélio Procópio

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) destacou nesta quarta-feira (10) a importância da participação dos moradores das cidades paranaenses e da sociedade civil nas audiências públicas organizadas pela frente parlamentar para discutir o novo modelo de pedágio, proposto pelo governo federal, que serão realizadas, na quinta (11), em Londrina e, na sexta (12), em Cornélio Procópio. As reuniões poderão ser acompanhadas virtualmente pelos canais de comunicação da Assembleia Legislativa.

“Teremos duas novas audiências públicas esta semana e é essencial a participação de toda a sociedade civil do Norte e do Norte Pioneiro. A Frente Parlamentar do Pedágio não é de situação e não é de oposição. Vamos apresentar mais detalhes do modelo planejado pelo governo federal. Um modelo que na nossa avaliação vai manter as tarifas altas e um alto custo para a economia paranaense”, disse.

DIÁLOGO – Romanelli criticou a proposta do governo federal de cobrar  taxa de outorga, limitar o desconto das tarifas em 15 % e incluir degrau tarifário de 40% a ser aplicado depois da conclusão de obras de duplicação.

“Não podemos mais errar, a concessão é por 30 anos. O melhor para o Paraná é a licitação pelo critério do menor preço e sem o degrau tarifário. Se continuarmos com preços de tarifas de pedágio, que poderiam ser mais baixos, colocaremos em risco a competitividade dos produtos paranaenses”

O deputado explicou que as observações e críticas serão levadas ao Governo Federal e apresentadas nas audiências públicas organizadas pelo Ministério da Infraestrutura e pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

“O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, tem sido solícito e aberto ao diálogo para ouvir e receber as sugestões. Todos os apontamentos serão levados ao Governo Federal”.

AUDIÊNCIAS – Na quinta-feira, a audiência será realizada a partir das 9h na Sociedade Rural do Paraná, no Parque de Exposições Governador Ney Braga (av. Tiradentes, 6275). Na sexta (12), às 8h30, a audiência ocorrerá no Centro Cultural de Cornélio Procópio (rua Paraíba, 163).

A região possui três praças de pedágio exploradas pela Triunfo Econorte, que cobra as maiores tarifas do Estado e provoca prejuízos à indústria da região, sobretudo ao agronegócio.

Em Jataizinho, o valor da tarifa é de R$ 26,40. Em Jacarezinho, onde há duas praças consideradas irregulares, o valor cobrado é de R$ 24,40. Já em Sertaneja, o custo para trafegar pela rodovia é de R$ 22,70.

Pela nova proposta, além de manter essas três praças, o plano federal prevê  a instalação de uma nova cobrança na PR-092, próximo a Quatiguá.

AGENDA – As próximas audiências estão marcadas para Guarapuava (18/2), Francisco Beltrão (19/2), Maringá (25/2), Apucarana (26/2), Curitiba (4/3) e Ponta Grossa (5/3).

Noroeste não quer novo pedágio, diz Romanelli

O novo pedágio proposto pelo governo federal também causa preocupações às lideranças do Noroeste. O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB), o prefeito de Loanda Zé Maria (Pros) e o vereador Bié (CDN) conversaram nesta terça-feira (9), sobre o impacto do modelo, dos preços das tarifas e das praças de pedágio na economia da região.

“Assim como outras regiões, o Noroeste também está bastante preocupado com os possíveis prejuízos com a instalação de novas praças e a continuação da cobrança de tarifas altas. O novo pedágio deve ser balizado por tarifas justas e obras, garantindo a competitividade dos produtos paranaenses”, disse Romanelli.

O projeto apresentado pelo Ministério da Infraestrutura prevê a instalação de uma nova praça na BR-376 em Guairaçá com uma tarifa prevista inicial de R$ 10,86 para veículos leves e a manutenção da praça de Castelo Branco com uma tarifa inicial de R$ 9,81 também para carros.

Ao todo, o ministério planeja conceder 3.327 quilômetros de rodovias estaduais e federais divididos em seis lotes com 42 praças de pedágio, 15 praças a mais do que atualmente.

Conselho de Economia defende modelo de menor preço na novo pedágio no Paraná

O Conselho Regional de Economia do Paraná se colocou contrário ao projeto do governo federal de concessão no chamado modelo híbrido, com menor tarifa de pedágio, seguido de maior valor de outorga. Em documento enviado ao governador Ratinho Junior, o Corecon-PR defende a adoção do modelo de menor preço, ou seja, pela tarifa mais baixa.

Várias entidades já se posicionaram, assim como o CoreconPR, na defesa para a adoção do modelo menor preço, sem cobrança de taxa de outorga, respeitando as melhores técnicas de projetos, para uma tarifa mais barata pelo custo benefício que irá oferecer para a sociedade.

Ainda, alerta que a base produtiva do Estado é essencialmente do agronegócio, setor que emprega cerca de 40%, e qualquer sobrecusto impacta na renda do trabalhador e pode comprometer a competitividade dos diversos negócios.

Inflado – Na carta enviada ao governador, o CoreconPR enfatiza os pontos negativos do modelo híbrido, que prevê a licitação por menor tarifa, mas ocorrendo empate das empresas, levará quem pagar o maior valor de outorga. A entidade destaca que o valor proposto na primeira rodada com desconto de 15% a 17%, já poderá estar inflado para poder ter margem para uma outorga generosa ao governo, em caso de empate, que poderá acarretar em preços maiores na cobrança do pedágio.

Reafirma ainda no documento, a defesa pelo modelo menor tarifa, para que não haja outorga nem para o governo federal e nem para o governo do Paraná.

Os economistas do conselho apresentam evidências técnicas, que apoiam um programa de pedagiamento que respeite as melhores técnicas de projetos, resultando no melhor custo/benefício para a sociedade, que é a licitação pelo modelo de menor preço para os usuários.

O Corecon também se colocou à disposição para debater o assunto e colaborar para a grandeza do Estado do Paraná.

Leia a íntegra da carta

Carta do CoreconPR sobre a Concessão de Pedágios ao Governador

O Conselho Regional de Economia do Paraná (CoreconPR), dentro de suas preocupações com o desenvolvimento socioeconômico de nosso Estado e também do País, tem participado ativamente das discussões sobre o novo Programa de Concessões de Rodovias em nosso Estado. Diante de uma situação que impacta toda a cadeia produtiva do Estado do Paraná, que é o preço do pedágio, considerado um dos mais caros do País, a entidade vem manifestar o seu posicionamento contrário ao sistema defendido para as novas concessões, que é o Híbrido. A posição desta entidade é de que o melhor para a economia paranaense e para os usuários das rodovias é o modelo de Menor Preço. Por isso, enviou no dia 05 de fevereiro, o ofício que contém os dados técnicos abaixo, justificando a sua defesa ao Governo do Estado do Paraná.

Introdução
No dia 26 de janeiro do corrente ano ocorreu uma reunião na sede da FIEP com a participação presencial de autoridades do Ministério de Infraestrutura, do Governo Estadual, Parlamentares e Representantes de Entidades de Classe para uma apresentação final do referido Programa. A reunião foi transmitida ao vivo para o público.

Em função dos ocorridos na mesma, a entidade signatária da presente, tomou a decisão de reafirmar a sua posição pela manutenção do julgamento das licitações pelo chamado critério de Menor Tarifa e, fazer considerações sobre alguns pontos críticos do Programa e dos debates.

No início do ano passado foi reunido um grupo de representantes para discutir o Programa, envolvendo um grande número de Entidades, Câmaras Municipais, Prefeituras, Assembleia Legislativa e a Bancada Federal. Esta última apresentou um manifesto descrevendo o histórico da questão, adotando um posicionamento em favor do Modelo de Menor Tarifa, o qual foi endossado por toda a Comunidade referida.

Imediatamente resultou no apoio de diversas Entidades e Movimentos, inclusive com a criação de uma Comissão Especial na Assembleia Legislativa, resultando num respaldo ao Governo do Estado para que não abrisse mão da Menor Tarifa, especialm*ente porque a população do Estado já foi massacrada durante mais de duas décadas pelos pedágios dentre os mais caros do País e, em contrapartida desfrutando de uma malha rodoviária repleta de deficiências e obras não realizadas.

Se pudéssemos fazer a conta do quanto foi o sobrecusto pago pela nossa economia nesse período, chegaríamos a valores consideráveis (de vários bilhões de reais de diferença) a mais do que se tivéssemos as tarifas do tipo das BRs 116 e 376 que cruzam nosso Estado, as quais estão próximas de um quarto do valor das tarifas do Anel de Integração do Paraná, além de totalmente duplicadas.

Modelo

— Na reunião na FIEP com as Autoridades do Minfra, com atraso de cerca de um semestre, tivemos enfim o conhecimento do projeto, o qual traz efetivamente grandes avanços tecnológicos e estruturais para nossas vias. É evidente que alguns detalhes poderão ser melhorados, mas isso não desmerece sua alta qualidade e inovação.

— A grande divergência permanece no Modelo de Licitação, quando o Minfra insiste no Modelo Híbrido. Primeiramente é fundamental afirmar que neste Modelo ou no de Menor Tarifa, os Projetos de implantação não se alteram, pois é igual para qualquer dos casos. Assim, não se faz necessário misturar os conceitos dos projetos com os dos modelos.

— O que é o Modelo Híbrido? No julgamento das licitações ambos partem de um mesmo preço de referência para se atingir os objetivos, entretanto no modelo de Menor Tarifa os concorrentes que satisfaçam as exigências técnicas e legais apresentam suas propostas de desconto sobre o valor de referência e ganha quem oferecer o maior desconto, propondo a menor tarifa para os usuários.

No Modelo Híbrido os concorrentes também apresentam propostas de descontos, mas tendo um limite de 15% a 17% (quinze a dezessete por cento). Ocorrendo empate entre concorrentes passa-se para um segundo critério, aquele que oferece a maior outorga ao Governo. Ora, se algum concorrente se dispõe a dar maior valor de outorga mantendo o preço que vai cobrar dos usuários, é óbvio que o preço proposto na primeira rodada com desconto de 15% a 17% já é inflado e tem margem para permitir dar outorga generosa ao Governo, mas cobrando essa diferença nas tarifas do pedágio em caso de empate.

Este fato se assemelha a uma tributação disfarçada que o governo tende a cobrar, intencionalmente ou não, justamente sobre um segmento deficiente de nossa economia, qual seja a infraestrutura de transportes terrestres, encarecendo o valor do esforço de investimento e levando a que se gaste muito mais para um mesmo resultado macroeconômico (maior custo benefício).

Estudo feito para a FAEP em 2005 avaliou que aproximadamente 40% do valor das tarifas pagas no Anel de Integração se referiam à amortização das outorgas. Outro elemento de custos significativo foi a absurda tributação dos pedágios pelo ISS das Prefeituras, que se torna maior se maior for a sua base (tarifa).

Algumas vozes se mobilizaram para ao menos ampliar o valor de desconto permitido na primeira fase, passando para a faixa de 20% a 30%, entretanto isso também é descabido por pelo menos dois pontos: é uma ofensa à livre concorrência e, nas licitações de BRs nos últimos dois anos pela Menor Tarifa, os descontos ultrapassaram 40%, pois muitos dos concorrentes têm “fatores externos” que lhes permitem cobrar menos e remunerar adequadamente os seus serviços, beneficiando a economia.

Os exemplos estão aos nossos olhos, usando a BR-116 entre Curitiba e São Paulo (± 400 km) se paga R$ 19,80, um valor total de pedágios menor do que de Curitiba a Paranaguá BR 277 (± 100 km) = R$ 21,70. A razão básica está em que na licitação BR-277 houve pagamento de Outorga, ou seja, foi o tal modelo do quem paga mais pela outorga ganha a concessão. Várias empresas e cooperativas que partem do interior do Estado para Paranaguá fizeram contas de avaliações sobre o impacto dessas diferenças de preços, demonstrando quanto às cadeias produtivas poderiam ter economizado se a BR 277 estivesse nos padrões de preços da BR 116. Os resultados são dramáticos.

— A garantia de cumprimento dos contratos tem sido usada como argumento de defesa do Modelo Híbrido, o que não tem propósito. O que realmente garante os resultados é a qualidade dos competidores, o volume e qualidade das garantias entregues, o histórico cadastral deles — ficha limpa — e a rigidez no controle da execução dos projetos.

A tentativa de dizer que o novo Modelo dá tal garantia é uma fantasia para tentar justificar a retomada do pagamento de outorgas. O tipo de garantia aqui defendida, a qual se considera mais consistente, é a criação de “depósitos financeiros de caução”, constituídos em valores fortes, em títulos de Governo e representativos na dimensão do projeto.

No formato proposto, 70% dos valores seriam paulatinamente liberados em sincronia com a execução dos investimentos previstos no edital, mas os restantes 30% do lastro só o seriam depois de executado e auditado o integral cumprimento dos investimentos. Como o Programa compreende grandes extensões de vias para cada concessão, somente grandes grupos terão condições de enfrentar o risco, logo não terão dificuldades em constituir as garantias. Aliás, a repartição em grandes extensões é uma questão que deveria ser revista nas próximas licitações, porque dificulta a formação e o ingresso de consórcios regionais e favorece a desnacionalização da atividade.

Projeto Técnico da Concessão

— O Modelo Híbrido apresentado tem uma questão interessante: se o ganhador da licitação recorrer a empréstimos em moeda estrangeira, poderá ser criado um acréscimo de tarifa para constituir um fundo de garantia para eventuais prejuízos em flutuações cambiais (hedge), o qual será incorporado à tarifa. Inicialmente deve-se registrar que quem não tiver lastro financeiro para suportar os riscos do negócio não pode concorrer, também vem a pergunta: Mas se não ocorrer o risco, o adicional pago pelos usuários será devolvido a cada um?

Os contratos de concessão usualmente preveem que periodicamente sejam feitas revisões tarifárias em função de fatos imprevistos, exatamente para cobrir tais casos, logo não cabe se estabelecer mais este ônus prévio e incabível. Adicionalmente, há pouco tempo tivemos em nosso Estado decisões judiciais que determinaram reduções tarifárias de pedágios — compliance — como punição por desvios de conduta em cobranças efetuadas, fato que está mobilizando especialmente empresas de maior porte e usuários frequentes a ingressarem com procedimentos judiciais para reaver os sobrepreços pagos, causando uma jurisprudência fazendo com que o Modelo Híbrido, além de onerar mais o custo Brasil e o custo Paraná, pode trazer mais desgaste político a esta governança, além de custos superiores ao benefício oferecido pela outorga.

Os reajustes tarifários como propostos para a duplicação de trechos são uma impropriedade do projeto, pois entende-se que as tarifas são resultantes de uma fórmula que considera custos fixos e variáveis comparados aos volumes de tráfego. A proposta de permitir um reajuste automático de 40% quando da conclusão da melhoria projetada fere a relação técnica e provavelmente vai levar a que algumas tarifas fiquem próximas das atuais. O projeto já ampliou os prazos de concessão para os longínquos 30 anos, exatamente para permitir uma melhor condição de diluição de custos, atenuando impactos tarifários. O usual nesses casos é a adoção dos chamados gatilhos de compatibilização, para adequar a remuneração dos Concessionários paulatinamente às melhorias introduzidas na operação, levando em conta outros fatores, inclusive o aumento de tráfego que disparou o gatilho. A forma como é apresentada esta proposta conflita com os anseios da sociedade, do setor produtivo, logístico e dos princípios de sua governança.

A TIR — Para determinação do valor de referência da tarifa de pedágio, o Minfra, usando metodologia da ANTT, estabeleceu para as novas concessões de rodovias, a TIR, neste caso estabelecida como “não alavancada” e anual de 8,47%.

Aplicando-se a TIR de 8,47% em todo o período de 30 anos de duração da concessão de 30 anos, obtém-se 10,46 vezes o capital investido, isto é, R$ 100,00 após 30 anos, a valores atuais, serão R$ 1.146,00. O retorno do capital investido seria de: 9,06 vezes, caso da TIR não alavancada fosse reduzida para 8%, portanto qualquer redução na TIR, mesmo que centesimal, terá elevado impacto na tarifa de referência na nova concessão de rodovias.

Tal redução é factível e necessária. Acrescente-se ao fato de que a concessão será um monopólio, i.e., não existirá outra concessionária operando na mesma rodovia compartilhando ou angariando usuários, mas será decorrente da ínfima redução da TIR de 8,47% para 8%, aplicada ao CAPEX.

Novos investimentos no valor de R$ 0,2 bilhões poderiam ser realizados, ou mesmo aplicados na redução de tarifa para os usuários, se houvesse ínfima redução da TIR de 8,47% para 8% ao CAPEX do projeto de R$ 42 bilhões.

Na apresentação foi destacada a TJLP de 2,25% e 0,75% para financiamentos com prazo até 5 anos ou superior, respectivamente. Considerando-se na análise da TIR essas TJLP e a TIR não alavancada de 8,47%, resulta numa TIR anual alavancada pelo empréstimo superior a 15%. Essa TIR alavancada permite a redução da TIR não alavancada dos atuais 8,47%, para 8% e mesmo para 7%.

Duplicações — _Também na proposta o Minfra fixou um acréscimo tarifário de 40% quando a rodovia passa de pista simples para pista dupla, o denominado grau tarifário. Esse acréscimo de um lado serve para assegurar com maior probabilidade para o futuro concessionário priorizar as obras de duplicação, de outro é uma carga adicional para os usuários. Acrescenta-se que o grau tarifário em outras concessões no Brasil é ao redor de 25%. Os 15% a mais no degrau tarifário no Paraná serão um valor a onerar os produtos transportados no Estado, espécie de tributo compulsório, que afetará a competitividade dos mesmos e o nosso desenvolvimento.

Base legal

Em síntese específica, as propostas acima estão em sintonia com o que dispõe a Lei 10.233/2001, artigos 2º e 3º, in verbis:

Art. 2o O Sistema Nacional de Viação — SNV é constituído pela infraestrutura viária e pela estrutura operacional dos diferentes meios de transporte de pessoas e bens, sob jurisdição da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Parágrafo único. O SNV será regido pelos princípios e diretrizes estabelecidos em consonância com o disposto nos incisos XII, XX e XXI do art. 21 da Constituição Federal.

[ … ]

Art. 4o São objetivos essenciais do Sistema Nacional de Viação:

I – dotar o País de infraestrutura viária adequada;

II – garantir a operação racional e segura dos transportes de pessoas e bens;

III – promover o desenvolvimento social e econômico e a integração nacional.

§ 1o Define-se como infraestrutura viária adequada a que torna mínimo o custo total do transporte, entendido como a soma dos custos de investimentos, de manutenção e de operação dos sistemas.

§ 2o Entende-se como operação racional e segura a que se caracteriza pela gerência eficiente das vias, dos terminais, dos equipamentos e dos veículos, objetivando tornar mínimos os custos operacionais e, consequentemente, os fretes e as tarifas, e garantir a segurança e a confiabilidade do transporte. (Grifo nosso)

Conclusões

Os Deputados Federais do Paraná em reunião no final de 2020 com a Empresa de Planejamento e Logística — EPL enfatizaram a posição de que não abrem mão de um leilão de menor tarifa para as Rodovias de Integração do Paraná. Segundo eles, a tarifa mais baixa é a pauta deles até convencerem o Governo Federal. Hoje está encaminhado um sistema misto (híbrido), com limite de desconto e cobrança de cessão onerosa.

Para nós, o modelo deve ser o de investimento em menor tarifa. Não pode ter outorga nem para o Governo Federal e nem para o Governo do Paraná. O paranaense já pagou demais por causa dos contratos firmados na década de 1990 e, por isso, não vamos aceitar outorga alguma neste novo processo.

Em procedimento similar, os Deputados Federais e os Senadores do Paraná foram signatários de ofício ao Ministro da Infraestrutura defendendo o modelo de concessão pela menor tarifa, pois as tarifas de pedágio se constituem hoje num fator de perda de renda e competitividade de nossas cadeias produtivas. Como nossa base produtiva é essencialmente do Agro, somente cerca de 40% do emprego está na lavoura, portanto qualquer sobrecusto impacta na renda de trabalhadores de uma infinidade de outros segmentos, além de comprometer a competitividade geral dos diversos negócios.

Hoje as tarifas dos pedágios do Paraná estão entre as mais caras do País, enquanto em contrapartida o padrão de nossa malha não condiz com a tarifa paga pelo paranaense, salvo raras exceções.

Diante das evidências técnicas, fizemos solicitações ao governador, que diante de tais fatos, lidere a implantação de um programa de pedagiamento de rodovias que respeite as melhores técnicas de projetos, resultando no melhor custo/benefício para nossa sociedade, que é a Licitação pelo modelo de Menor Tarifa para os Usuários e, assim passe para a história de nosso Estado como o Governador que fez a grande reforma do sistema rodoviário de nosso Estado, reduzindo custos operacionais e aumentando a competitividade de nossa economia.

Estudo da Frente Parlamentar mostra absurdos do pedágio no Paraná

Um estudo produzido pela Frente Parlamentar do Pedágio da Assembleia Legislativa mostra os absurdos do atual sistema de concessão e aponta os erros e fragilidades do modelo planejado pelo governo federal para as estradas paranaenses. O documento vem sendo apresentado pelo deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) na abertura das audiências públicas organizadas pela frente.

“É um material que detalha o vergonhoso histórico do pedágio no Paraná, com tarifas altíssimas e poucas obras, e aponta as pequenas diferenças e muitas semelhanças entre os dois sistemas.”, afirma Romanelli.

O documento chamou a atenção dos participantes nas duas primeiras audiências públicas na semana passada em Cascavel e Foz do Iguaçu. O documento será apresentado também em Londrina, às 9h de quinta-feira (11) e em Cornélio Procópio, às 8h30 de sexta-feira (12) e nas outras audiências da frente marcadas para Guarapuava, Francisco Beltrão, Maringá, Apucarana, Curitiba e Ponta Grossa.

FILME REPETIDO – Em cerca de 30 lâminas de apresentação, Romanelli destrincha os problemas do pedágio atual, que se encerra em novembro de 2021, e aponta problemas e riscos do modelo de concessão elaborado pelo Ministério da Infraestrutura.

“O tal do novo modelo pensado pelo Governo Federal não tem nada de novo. E pode colocar o Paraná, novamente, refém de um pedágio com tarifas muito elevadas por mais três décadas”, alerta.

Entre os problemas apontados estão a cobrança de taxa de outorga, o teto máximo de 15% para os descontos nas tarifas, o degrau tarifário de 40% para pistas duplicadas e o próprio custo do modelo.

O Ministério da Infraestrutura calcula ainda que em 30 anos o modelo gere R$ 156 bilhões de receitas. Desse valor R$ 42 bilhões são investimentos e outros R$ 34 bilhões para despesas operacionais.

“É um modelo caro por si só. Apenas 27 % do que for pago pela economia paranaense reverterá em duplicações, contornos, viadutos e terceiras-faixas. Restam R$ 80 bilhões que estão diluídos em impostos, lucros e outros gastos”, enumera Romanelli.

“Parece que estamos repetindo o filme. Uma reprise amarga para a economia paranaense. Queremos um modelo com tarifas justas e obras. Com a licitação pelo critério do menor preço, como ocorreu em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul para que tenhamos um pedágio que seja indutor do desenvolvimento regional, que aumente a competitividade dos nossos produtos”, disse.

O Ministério planeja conceder 3.327 quilômetros de rodovias estaduais e federais divididos em seis lotes com 42 praças de pedágio, 15 praças a mais do que atualmente.

MODELO ATUAL – De acordo com Romanelli, o atual sistema de pedágio nasceu com diversos problemas em meados dos anos 90 que se agravaram ao longo dessas décadas.

Entre os erros estão: licitação com baixa competitividade, as altas tarifas impostas no edital, alterações contratuais contra o interesse público, a retirada das obras, os questionamentos administrativos e jurídicos.

“Um sistema que tornou o transporte mais caro no Estado, reduziu a competitividade do nosso setor produtivo e causou inúmeros problemas para os motoristas. Temos aqui as tarifas mais altas do Brasil e não podemos repetir os mesmos erros”, frisou.

Audiências sobre pedágio serão agora em Londrina e Cornélio Procópio

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) voltou a defender a alteração na proposta do governo federal, que prevê taxas de outorga nas praças de pedágio do Paraná. Segundo o deputado, com o novo modelo vai provocar prejuízo à economia estadual, sobretudo aos pequenos produtores.

A Assembleia Legislativa realizou a primeira série de audiências para debater o pedágio com a sociedade paranaense. Cascavel e Foz do Iguaçu realizaram os primeiros debates da frente parlamentar que avalia o encerramento dos atuais contratos e as novas concessões propostas pelo governo federal. As próximas serão em Londrina (quinta-feira, 11) e Cornélio Procópio (sexta-feira, 12).

“Vamos mobilizar a sociedade para que todos saibam que o pedágio é “a desgraça” econômica do Paraná e um dos principais entraves para o desenvolvimento do estado. Não queremos taxa de outorga. O que queremos é tarifa justa, com o maior volume de obras”, defende Romanelli.

Manifestações — Na região oeste, entidades, lideranças e organizações da sociedade civil se colocaram contra tarifas abusivas, com a elaboração de abaixo-assinados e manifestações públicas, por meio de carreatas e cartas encaminhadas ao presidente Jair Bolsonaro, onde apelam para que os paranaenses não sejam prejudicados por mais 30 anos com tarifas abusivas e novas praças de pedágio.

O Conselho Regional de Economia do Paraná, em nota, diz que é contrário ao projeto de concessão no chamado modelo híbrido, com menor tarifa de pedágio, seguido de maior valor de outorga. No documento encaminhado ao governador Ratinho Junior, o Corecon-PR defende a adoção do modelo de menor preço de tarifa.

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Foz do Iguaçu também se manifestou em defesa da menor tarifa de pedágio. O presidente Neandro Lunardi disse que é possível apresentar medida judicial, caso o governo não ouça o apelo da população, que pede concessão pelo menor preço.

Norte — Quinta-feira e sexta-feira será a vez das regionais de Londrina e Cornélio Procópio, no norte do Estado, debaterem o assunto. A região tem três praças de pedágio exploradas pela Triunfo Econorte, que cobra as maiores tarifas do Estado e provoca prejuízos incalculáveis à indústria da região, sobretudo ao agronegócio.

Em Jataizinho, o valor da tarifa é de R$ 26,40. Em Jacarezinho, onde há duas praças consideradas irregulares, o valor cobrado é de R$ 24,40. Já em Sertaneja, o custo para trafegar pela rodovia é de R$ 22,70.

Romanelli lembra que pela nova proposta, além de manter essas três praças, o plano federal prevê  a instalação de uma nova cobrança na PR-092, próximo a Quatiguá. O deputado observa ainda que a região é uma das principais produtoras de fruticultura do estado e os produtos oriundos de outras regiões do país também passam pelo Norte Pioneiro, em direção aos grandes centros consumidores e ao Porto de Paranaguá.

“Além de pagar tarifas com preços muito caros, os paranaenses ainda terão de conviver com mais uma praça na região, o que vai encarecer a produção e tornar a indústria paranaense menos competitiva. Ninguém aguenta mais esse abuso que são os pedágios no Paraná”, disse Romanelli.

Agenda — Em Londrina, a audiência acontece quinta-feira, 11, às 9 horas, no auditório da Sociedade Rural do Paraná, no Parque de Exposições Governador Ney Braga (av. Tiradentes, 6275). Já em Cornélio Procópio, o debate será sexta-feira, 12, no anfiteatro do Centro Cultural (rua Paraíba, 163).

Guarapuava (18/2), Francisco Beltrão (19/2), Maringá (25/2), Apucarana (26/2), Curitiba (4/3) e Ponta Grossa (5/3) também terão a oportunidade de participar das audiências públicas sobre o pedágio, que quer envolver todo o Paraná no debate quanto ao modelo de concessão das rodovias paranaenses proposto pelo governo federal.

Paraná se levantou contra pedágio, diz Romanelli

Após duas audiências públicas – na sexta-feira, 5, em Cascavel e no sábado, 6, em Foz do Iguaçu -, os deputados da Frente Parlamentar contra o Pedágio entraram em sintonia fina com as lideranças do oeste do Paraná contra o novo modelo de concessões do governo federal. A outorga onerosa é repudiada em coro e a opção pela menor tarifa se tornou consenso na região, além do corte de várias praças propostas no plano federal e aumentos malogrados em degraus tarifários.

“Não é uma nova modelagem, é um modelo de negócios”, disse neste sábado o deputado Luiz Claudio Romanelli  (PSB) no encontro em Foz do Iguaçu. “É um grande modelo de negócios para beneficiar a iniciativa privada e garantir lucros altíssimos às concessionárias”, completou.

O estudo do governo federal aponta que serão arrecadados R$ 156 bilhões em 30 anos. “Desse valor R$ 42 bilhões serão investidos nas rodovias, apenas 27 %. Há 34 bilhões em despesas operacionais e sobram R$ 80 bilhões, ou seja, há uma margem enorme de lucro”, disse.

Pesadelo Romanelli tem mostrado nas audiências, o histórico e comparativos entre modelos implantados pelo próprio governo federal em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás e o pretendido ao Paraná. As diferenças são gritantes e os descontos, pela menor tarifa, oscilam entre 33,14% a 62,04%. “Nós, paranaenses, achávamos que em 2021 nos livraríamos do pesadelo da tarifa mais alta do Brasil e das obras que não foram realizadas, mas não é o que está previsto no modelo do governo federal”..

“Para surpresa, o ministro da Infraestrutura (Tarcísio de Freitas) está muito preocupado com a situação econômica das empresas, e resolveu criar um chamado modelo híbrido, que é fazer a tarifa ficar mais vantajosa para a empresa. Na minha avaliação, essa é uma intervenção estatal para beneficiar o privado”, argumenta Romanelli.

Os deputados da frente parlamentar e os paranaenses querem, segundo Romanelli, uma licitação, além de transparente, pela menor tarifa. “A única forma de fazer isso é uma concorrência limpa, sem taxa de outorga, porque a taxa de outorga é mais um tributo que o paranaense terá que pagar para o governo federal”.

Caldo grosso Romanelli aponta ainda uma série de questionamentos. “Por acaso, somos cidadãos de segunda categoria? Piores brasileiros do que os catarinenses e os gaúchos, onde o governo federal fez as  licitações pelo menor preço de tarifa? Não temos que aceitar esse modelo e exigir que o governo federal utilize a metodologia que está usando hoje; porque ele diz o seguinte: se não tiver tarifa mais alta pode ser que a empresa não execute as obras; mas como? Qual a garantia que temos então de que vão executar?”

“O Paraná teve durante 25 anos as tarifas mais altas de pedágio e as empresas não executaram as obras. Não vamos ficar dependendo só da boa vontade das empresas. Vamos  parar tudo isso e rediscutir completamente a questão do pedágio do Paraná”, completa.

O caldo vai engrossar pelos lados do governo federal.  O debate sobre o novo modelo de concessão continua na quinta-feira (11) em Londrina, a partir das 9h, no Parque de Exposições Ney Braga, e sexta-feira (12) em Cornélio Procópio, a partir das 8h30, no auditório da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná). Estão previstas ainda audiências nas cidades de Guarapuava (18/2), Francisco Beltrão (19/2), Maringá (25/2), Apucarana (26/2), Curitiba (4/3) e Ponta Grossa (5/3).

Foz é contra outorga no pedágio

O deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSB) conversa com o presidente da Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu, Ney Patrício (PSD), na audiência pública neste sábado, 6, sobre o novo modelo do pedágio no Paraná. Foz do Iguaçu também defende o modelo pela menor tarifa e diz não a outorga.

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